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Justiça
Postada em 30/05/2025 07:04 | Atualizada em 30/05/2025 10:33 | Por Todo Segundo

Indígena que matou outro por R$ 5 é condenação a 19 anos em Palmeira

Júri Popular acolheu tese de homicídio qualificado em 2022 e traição na aldeia Xukuru-Kariri
Anderson Firmino da Silva, foi morto por uma dívida de apenas R$ 5,00 - Foto: Todo Segundo / Arquivo

Em julgamento realizado nesta quinta-feira (29), o indígena Manoel Cícero Ferreira foi condenado a 19 anos e três meses de prisão, em regime inicialmente fechado, por ter assassinado o também indígena Anderson Firmino da Silva após uma discussão motivada por uma dívida de apenas R$ 5,00. O crime ocorreu em setembro de 2022 na Aldeia Fazenda Cantos, zona rural de Palmeira dos Índios, no Agreste de Alagoas, e abalou profundamente a comunidade Xukuru-Kariri.

De acordo com o Ministério Público de Alagoas (MPAL), que sustentou a acusação durante o Júri Popular, o crime foi qualificado por motivo fútil e praticado de forma traiçoeira. O promotor de Justiça João de Sá Bomfim Filho, responsável pelo caso, classificou o homicídio como um crime intracomunitário com forte impacto social. “Um crime intracomunitário como esse, além de gerar mal-estar entre os habitantes das aldeias, choca a sociedade. Nesse caso, não houve respeito entre eles, mas sim a traição da confiança”, afirmou.

As investigações apontaram que Manoel e Anderson tinham uma desavença antiga por causa da pequena dívida de R$ 5,00, que já havia causado discussões anteriormente. Apesar disso, aparentavam ter encerrado as brigas. Na noite do crime, os dois estavam embriagados após ingerirem bebidas alcoólicas e voltaram a discutir.

Segundo a denúncia, Anderson pediu desculpas e tentou ir embora em sua motocicleta. No entanto, foi surpreendido por Manoel com um golpe de faca no pescoço. Mesmo ferido, Anderson ainda conseguiu pilotar a moto e tentou chamar atenção, buzinando desesperadamente, mas acabou morrendo dias depois no hospital devido à gravidade do ferimento.

Durante o julgamento, o réu negou ter tido intenção de matar a vítima e apresentou uma versão considerada inverossímil pelo Ministério Público.

A vítima deixou duas filhas menores de idade, uma delas profundamente abalada pela morte do pai, a ponto de se recusar a se alimentar. Anderson era o principal provedor da família, responsável por colocar as filhas para dormir e sustentar a casa financeiramente.

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