Dólar hoje 5,735
26° C em Arapiraca, AL Parcialmente nublado
Política
Postada em 30/05/2025 17:35 | Atualizada em 30/05/2025 17:37 | Por Todo Segundo

Moraes vota para manter investigação de Paulo Dantas na Justiça de Alagoas

Ministro destaca que crimes investigados ocorreram quando Dantas era deputado estadual
Alexandre de Moraes vota para manter investigação de Paulo Dantas longe do STJ - Foto: Agência Alagoas

Em mais um capítulo da investigação que ronda o governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou nesta sexta-feira (30) para confirmar sua decisão que retirou a competência do Superior Tribunal de Justiça (STJ) para conduzir o caso. Trata-se de uma investigação que apura se Dantas, ainda quando deputado estadual, teria participado de um esquema de desvio de recursos da Assembleia Legislativa.

No plenário virtual da Primeira Turma, o voto de Moraes, acompanhado até agora pelo ministro Flávio Dino, aponta para a consolidação de um entendimento que tem ganhado força no Supremo: o foro por prerrogativa de função só vale para atos praticados durante o exercício do cargo e em razão dele.

Na prática, o voto de Moraes sustenta que os supostos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro teriam ocorrido antes de Dantas assumir o Palácio República dos Palmares. Por isso, o caso não caberia ao STJ — tribunal competente para processar governadores — e sim ao Tribunal de Justiça de Alagoas. “Os autos principais devem ser encaminhados ao Tribunal de Justiça do Estado de Alagoas, uma vez que o objeto da investigação envolve fatos supostamente ocorridos durante o período em que o reclamante exercia o cargo de Deputado Estadual”, escreveu Moraes.

O julgamento, que começou no plenário virtual, ainda depende dos votos dos ministros Luiz Fux e Cármen Lúcia para formar maioria. O ministro Cristiano Zanin se declarou impedido de participar da análise. Apesar do ambiente virtual, os ministros podem pedir vista — para mais tempo de estudo — ou destaque, o que levaria o caso para o plenário físico.

O recurso foi apresentado pelo Ministério Público Federal (MPF), que contestou a decisão de Moraes de retirar o caso do STJ. Mas, para o ministro, não houve novidade suficiente para justificar uma mudança de entendimento. “Foi afastada a competência do Superior Tribunal de Justiça para processar e julgar as supostas condutas ilícitas. Em consequência, determinei o encaminhamento dos autos à 17ª Vara Criminal da Comarca de Maceió/AL”, reforçou em seu voto.

A decisão é mais um exemplo do movimento do STF para restringir o alcance do foro privilegiado, num esforço para evitar que casos antigos ou sem relação direta com o cargo atual de um político fiquem concentrados nos tribunais superiores. Se confirmado, o julgamento deve devolver o caso às mãos da Justiça Estadual alagoana, onde o desfecho pode ter repercussões não apenas judiciais, mas também políticas.

Comentários

Utilize o formulário abaixo para comentar.

Ainda restam caracteres a serem digitados.
*Marque Não sou um robô para enviar.
Compartilhe nas redes sociais:

Utilize o formulário abaixo para enviar ao amigo.


Instagram