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Justiça
Postada em 17/03/2025 17:13 | Atualizada em 17/03/2025 17:16 | Por Todo Segundo com Ascom MPE/AL

Ministério Público denuncia vereador de Delmiro por homicídio qualificado

Parlamentar é acusado de matar o candidato a vereador por Piranhas, "Alan da Casal"
Candidato a vereador por Piranhas, "Alan da Casal" foi assassinado em novembro de 2024 - Foto: Reprodução

Um vereador de Delmiro Gouveia, foi denunciado nessa segunda-feira (17), pelo Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL), pelo crime de homicídio qualificado. O crime ocorreu um bar na Avenida Caxangá, no bairro Pedra Velha.

O parlamentar que não teve seu nome relevado pelo órgão, é acusado de matar o candidato a vereador por Piranhas nas últimas eleições, Alan Gomes de Souza, 43 anos, conhecido como "Alan da Casal". A vítima sofre de transtorno psicótico.

De acordo com o MPE/AL, o vereador tentou justificar o crime que ocorreu no dia 14 de novembro de 2024, como se estivesse em legítima defesa, narrando que a vítima, naquela ocasião, teria lhe desferido um tapa no rosto e estaria armada.

Porém, como constado na denúncia, Alan da Casal, que por sinal tinha um relacionamento extraconjugal com a irmã da vítima, estaria desarmado e foi executado após uma discussão com o parlamentar que efetuou três tiros de pistola .380,  impossibilitando-lhe qualquer tipo de defesa.

Para maior esclarecimento, ao contrário do que afirmou o denunciado na sua oitiva na fase policial, não houve nenhuma apreensão de arma no local, que denotasse estar na posse da vítima. Portanto, o órgão afirma que não havia o menor risco à integridade física do vereador, mas sim a nítida intenção de matar Alan em revide ao tapa sofrido.

O parlamentar, pelo grau de aproximação com a vítima, mais do que qualquer munícipe, sabia, segundo as pessoas ouvidas durante as investigações, que a vítima tinha problemas psicológicos e, desde 2019, fora diagnosticada com depressão e psicose, fatores que o levavam a alterações comportamentais.

Segundo laudo da Polícia Científica, Alan Gomes morreu em decorrência de perfurações que atingiram o coração, o pulmão e o fígado, sem qualquer chance de salvamento. Ressalte-se que após atirar contra o cunhado, o vereador empreendeu fuga.

Ouvida na 3ª Promotoria de Justiça, pelo promotor de Justiça Frederico Monteiro, a filha de Alan Gomes disse que, na ocasião, o seu pai se encontrava em surto devido ao problema psiquiátrico; fato que o teria levado à discussão e (suposta) agressão física contra o autor do crime. Com provas cabais da autoria, inclusive com o réu assumindo ter efetuado os disparos e se apresentando após esvair o flagrante delito, houve a determinação judicial para que usasse tornozeleira eletrônica. No entanto, ele continua a desempenhar suas atividades políticas normalmente na casa do Poder Legislativo Municipal, fazendo uso do equipamento de monitoramento.

“Fica impossível sustentar que agiu em legítima defesa quando o cidadão deflagra três tiros em regiões vitais contra um esquizofrênico desarmado; ademais, quando era conhecedor da situação clínica da vítima e, em seguida, empreende fuga. Não há outra postura do Ministério Público senão a de denunciar o cidadão pela prática do crime pelo artigo 121, incisos II e IV do Código Penal. Uma ação de extrema violência, praticada em local público, a sociedade espera uma resposta e temos a missão de promover justiça”, afirma o promotor Frederico Monteiro.

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