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Postada em 08/12/2015 16:33 | Por Todo Segundo

Impeachment: escolha dos membros da comissão será secreta

Segundo a oposição, a decisão se baseia em dispositivo do regimento interno da Câmara dos Deputados
Impeachment: escolha dos membros da comissão será secreta - Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino


A votação para escolha dos integrantes da comissão especial da Câmara dos Deputados que analisará o pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff será secreta, informou a Secretaria-Geral da Casa, horas antes da eleição marcada para esta terça-feira.

Segundo a Secretaria-Geral, a eleição dos 65 membros da comissão por meio de votação secreta se baseia em dispositivo do regimento interno da Casa. A decisão pode atrapalhar o governo, que trabalha por uma composição favorável no grupo que analisará o pedido.

O adiamento da eleição dos membros da comissão, antes prevista para segunda-feira, levou líderes da base governista a acusarem o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de realizar uma "manobra" em conluio com a oposição.

A expectativa inicial era que os 65 membros da comissão especial fossem apontados pelos líderes de bancadas de cada partido de acordo com o número de vagas para cada legenda, mas a oposição e dissidentes da base governista pretendem apresentar uma chapa alternativa para disputar a composição do colegiado.

O vice-líder do PT, deputado Henrique Fontana (PT-RS), criticou a escolha por votação secreta e não descartou que o assunto seja levado ao Judiciário. “Eu acredito que a votação secreta é uma vergonha para o Brasil”, disse a jornalistas. “É um desrespeito à democracia representativa no Brasil".

Para a oposição, a decisão está respaldada pelo regimento interno. Segundo o líder do PPS, Rubens Bueno (PPS-PR), a votação secreta foi sugerida na segunda-feira ao presidente da Casa durante reunião de líderes.

Cabe à comissão especial elaborar um parecer sobre a abertura de processo de impeachment de Dilma.

Esse parecer precisa ser referendado pelo plenário da Câmara e, caso 342 deputados votem favoravelmente ao processo, Dilma será afastado por 180 dias da Presidência até que o Senado a julgue e decida sobre o impedimento. Durante esse período o vice-presidente Michel Temer, que também preside o PMDB, assume a Presidência.
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