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André Avlis

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Radialista, Cronista e Comentarista Esportivo!
Postada em 30/10/2025 09:42 | Atualizada em 30/10/2025 09:49

Flamengo usou o 'manual' da Libertadores para controlar o Racing no El Cilindro

Rubro-Negro chega a sua quarta final de Copa em seis anos; a decisão acontece no dia 29 de novembro
Rossi, goleiro do Flamengo - Foto: Reprodução

Frio, seguro e calculista.

Uma partida com todos os elementos que a Libertadores pode oferecer: pressão, tensão, aflição e nervosismo.

Aquele 1 a 0 contra o Racing no Maracanã, após um jogo bastante amarrado e disputado, fez com que o Flamengo precisasse de um empate jogando no 'El Cilindro' para conseguir a classificação para a grande final. E foi o que aconteceu, o rubro-negro segurou o 0 a 0 e carimbou seu passaporte para Lima.

Algumas narrativas foram criadas antes do jogo. Uma delas de que o Flamengo não aguentaria a tal pressão que fomentaram ser insuportável diante de um clima hostil.

Inegavelmente, a festa da torcida do Racing foi muito impactante, bonita. No entanto, o time não esteve na mesma sintonia do discurso pré-jogo.

No primeiro tempo, o time brasileiro foi superior, criou chances claras e poderia sair da primeira parte do jogo com uma vitória tranquila.

O técnico Filipe Luís manteve sua estrutura tática, mas mudou as variações e mecanismos dentro do sistema 4-2-3-1 para dar respostas ao que o time argentino propunha no momento com a bola. Equilibrou as ações defensivas em marcar com linhas mais altas e fazer uma marcação média.

Escalou um ataque rápido e móvel. Carrascal pela esquerda, Luíz Araújo pela direita e Plata mais centralizado visando as costas da defesa, buscando sempre acionar o facão nas diagonais ou na profundidade. A ideia, a partir do adiantamento das linhas adversárias era ter o jogo de aproximação nas iniciações e a bola longa na progressão.

O time argentino não conseguiu encaixar a pressão na saída de bola do Flamengo. A ideia de iniciar o jogo com aproximação pelas laterais e transitar pelo meio, fez com que a equipe brasileira cotrolasse a posse após a saída da pressão argentina. Foi assim que criou chances claras dentro da área e também finalizou de média distância.

No segundo tempo, o cenário mudou drasticamente após a expulsão do atacante Plata aos 11 minutos, em meu ponto de vista rigorosa e injusta.

Filipe Luis teve que desfazer toda uma estrutura para suportar o peso de ter um homem a menos. Através de uma boa leitura de jogo, o treinador montou uma linha de cinco na defesa utilizando Danilo como terceiro homem na zaga e montou uma linha de quatro mais à frente fortalecendo seu meio-campo.

Talvez a mudança tenha parecida óbvia, mas a ideia foi fazer o Racing abusar do jogo pelas laterais, uma vez que o setor de meio estava congestionado. Desse modo, a bola longa não mais entraria nas costas dos defensores e as jogadas ofensivas eram criadas através de tão somente bolas aéreas - característica forte da zaga flamenguista.

Assim, apesar do homem a mais, o Racing pouco produziu, e das vezes que conseguiu finalizar em gol, o goleiro Rossi salvou o Flamengo com muita frieza.

Uma vitória gigante que quebrou as narrativas criadas sobre pressão e mental. Um jogo onde o time carioca basicamente usou o manual da Libertadores. Mostrando-se um time frio, malandro, organizado e consistente.

O Flamengo chega a sua quarta final em seis temporadas. E este fator diz muito sobre o que é estar acostumado com a competição.

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