Todo Segundo parabeniza Palmeira dos Índios pelos 126 anos
Todo Segundo parabeniza Palmeira dos Índios pelos 126 anos
Do Todo SegundoNesta quinta-feira (20), a cidade de Palmeira dos Índios comemora 126 anos de emancipação política. Nesta data especial o
Portal Todo Segundo deseja ao município e a todos os seus cidadãos muito sucesso em suas histórias, e que a cada dia possamos ter uma cidade cada vez mais bela e próspera.
Que as autoridades do município, nunca se cansem de lutar junto aos seus munícipes pelo bem comum da cidade. São grandes os desafios, mas a coragem e a fé de sua gente, são ainda maiores do que qualquer desafio que possa surgir nessa caminhada.
Palmeira dos Índios e sua históriaAs terras ocupadas pelo município de Palmeira dos Índios constituíam primitivamente um aldeamento dos índios xucurus e kariris, que aí se estabeleceram no meado do século XVII. Tinham esses indígenas o seu hábitat cercado de esbeltas palmeiras, bem próximo ao pé da serra onde hoje se ergue a cidade de Palmeira dos Índios. O nome do município veio, pois, em consequência dos seus primeiros habitantes e do fato da abundância de palmeiras que então havia em seus campos.
Segundo o historiador Luiz B. Torres, em seu livro A terra de tilixi e txiliá, os dois grupos indígenas ao chegarem à região entraram em acordo. Os kariris ocuparam a lombada da serra da Boa Vista e os xucurus ficaram com a Cafurna e os vales próximos. Com o passar dos anos os dois grupos formaram a tribo xucuru-kariri.
O primeiro branco a chegar ao local, mais ou menos em 1770, foi o Frei Domingos de São José, que conseguiu converter os gentios ao cristianismo. Posteriormente, o franciscano obteve de D. Maria Pereira Gonçalves e dos seus herdeiros a doação de meia légua de terra para patrimônio da capela que aí foi construída, sendo consagrada ao Senhor Bom Jesus da Morte.
Com o crescimento do povoado, Frei Domingos logo percebeu que a localização da capela não era a das melhores, ficando muito apartada do núcleo urbano que já se desenvolvia no pé da serra. Propôs a mudança aos índios, que não gostaram da ideia.
A solução encontrada pelo esperto frei foi fazer com que a imagem do Senhor Bom Jesus da Boa Morte aparecesse no local onde ele queria ver construída a nova capela. Por três vezes os índios a devolveram, até que o frei explicou que era a vontade do Crucificado mudar de moradia. Então eles aceitaram construir a igreja nesse local.
Anos depois, Palmeira dos Índios solicitou do governo eclesiástico a sua promoção à categoria de paróquia. O pedido foi aceito, mas o santo protetor, Senhor Bom Jesus da Boa Morte, foi substituído, dando lugar à Nossa Senhora do Amparo.
Em 1805, a igreja de Nossa Senhora do Rosário também já estava erguida. A sua construção utilizou a mão de obra dos escravos, tendo esta santa recebido a devoção da raça negra.
Com a chegada dos brancos, os índios foram agrupados em Missões e pouco a pouco foram sendo integrados ao sistema produtivo imposto pela corte portuguesa. Com a adoção das novas técnicas para explorar a agricultura e a necessidade de mais terras, logo surgiram os desentendimentos com os brancos.
O uso da violência passou a ser utilizado pelos recém-chegados para forçar os índios a deixarem suas terras. Por várias vezes as matas de Palmeira dos Índios foram incendiadas. Os índios fugiam, mas logo que o fogo cessava, eles voltavam.
Mas, aos poucos suas terras foram sendo tomadas pelos “caraíbas“. Os índios argumentavam que tinham a posse secular e os brancos diziam que tinham papeis do cartório lhes dando a posse sobre aquelas terras.
Luiz B. Torres assim descreve o processo de posse destas terras: “Como aconteceu em todo o mundo, morreu muito índio que tentou obstacular a penetração do civilizado. A ferro e fogo, os sesmeiros, donos oficiais da terra, foram fragmentando-a, vendendo porções a terceiros. Com poucos anos, a maré branca foi tomando conta da gleba onde viviam os xucuru-kariri”.
Essa perseguição foi destruindo o que sobrou da histórica aldeia, dizimando e dispersando os índios, até que em 1870 a câmara de vereadores de Palmeira já se referia ao local como o “antigo aldeamento”.
Por força de lei nacional de 15 de outubro de 1827, Palmeira tornou-se distrito para poder cumprir a exigência de ter juiz de paz nas sedes de todas as freguesias e capelas filiais curadas. O primeiro juiz de paz, o coronel José Daniel Carneiro da Cunha, foi eleito em 25 de março de 1829. Era um rico proprietário do sítio Flexeiras e de um engenho de cana de açúcar.
Nessa mesma época, a pessoa de maior influência e prestígio no distrito era o vigário da freguesia, padre José Caetano de Morais, que foi eleito deputado à Assembleia Provincial em várias legislaturas e a quem o juiz de paz seguia politicamente.
Entretanto, em virtude das naturais disputas de poder, aos poucos o coronel José Daniel foi se afastando do padre e constituindo o seu próprio grupo político, principalmente com seus parentes, os Canutos, Holandas e Veigas. Não demorou muito e o que era devoção política e religiosa se transformou em acirrada inimizade.
Essa situação levou o então presidente da província, Agostinho da Silva Neves, a enviar a Palmeira dos Índios o major Manuel Mendes da Fonseca, que era o comandante geral das Forças Provincianas, com a missão de pacificar a vila. Depois de muitas reuniões, no dia 27 de setembro de 1838 houve a promessa de todos que haveria paz.
Quando tudo parecia resolvido, assassinaram em Anadia o dr. Fonseca Lessa, juiz de Direito da comarca. O coronel José Daniel, sabendo que havia estremecimento nas relações do vigário com o magistrado procurou tirar partido desse acontecimento, culpando o vigário José Caetano de Morais e o seu sobrinho, tenente-coronel Tavares Bastos, tratando logo, com o Juiz de Paz, de colher os indícios e provas para o processo.
O vigário José Caetano resolveu vingar-se atingindo os parentes e auxiliares coronel José Daniel. Com o prestígio de que gozava, apresentou e conseguiu em poucos dias fazer um projeto, que foi logo convertido na Lei nº 7, de julho de 1839, separando do termo de Palmeira dos Índios e anexando à freguesia de Assembleia (Viçosa) os sítios Flexeiras, Caldeirões de Baixo, Lajes e Gravatá-Assu, e colocando fora do município os Daniéis, Holandas e Canutos, seus adversários.
O projeto do vigário José Caetano, cortando parte de sua freguesia e do município, com o fim de expulsar de sua vizinhança o poderoso José Daniel com todos os seus parentes, estabelecia como divisória uma linha tortuosa ou quebrada, de modo a poder salvar para Palmeira dos Índios, como efetivamente aconteceu, o importante sítio Pau-Sangue, bastante povoado e que pertencia a seus dedicados amigos, os ricos fazendeiros Matias da Costa Barros e Manoel Vitorino da Costa Barros.
As lutas políticas que se seguiram ao ano de 1844 deram lugar aos bárbaros assassinatos do vigário José Caetano, tenente-coronel Manoel Tavares Bastos, Chagas Pinto, Luiz Jucá, José Roberto, Adrião Melo, Antônio Barbosa de Caldeirões e dezenas de cidadãos importantes de Palmeira.
Como consequência desses fatos, deu-se o êxodo das famílias Matias da Costa Barros, Manoel Vitorino, coronel Manoel Antônio, Savino José de Oliveira, José Joaquim Duarte, Simplício Fonseca Barbosa, Antônio Isidoro e outros. Quase que se despovoou o município de suas lideranças econômicas e políticas.
Esses acontecimentos determinaram a supressão de Palmeira da condição de Vila, que foi anexada a Anadia. Posteriormente voltaram para a freguesia e distrito de Palmeira dos Índios, os sítios Lajes, Caldeirões de Baixo e Gravatá-Assu.
Também retornaram para o distrito e freguesia de Palmeira não mais o poderoso coronel José Daniel, por já ser falecido a esse tempo, mas o seu genro, coronel José Cândido e todos os Holandas, Canutos e Veigas, lançados para fora no tempo do vigário José Caetano.
Formação administrativaA data certa da criação da freguesia não é conhecida. Segundo Espíndola, é 1798. Outros dão 1789, parecendo, talvez, troca dos dois últimos algarismos. Está sobre o padroado de Nossa Senhora do Amparo.
A vila de Palmeira dos Índios foi criada pela resolução nº 10, de 10 abril de 1835, desmembrada da vila de Atalaia. Sua instalação tornou-se válida depois da Resolução nº 27, de 12 de março de 1838. Foi suprimida pela Lei nº 43, de 23 de junho de 1853, elevada à categoria de cidade pela Lei nº 1113, de 20 de agosto de 1889. Seu termo fazia parte, desde a criação, da comarca de Atalaia, passando, em 1838, para a de Anadia.
Em 1872, pela Lei nº 624, de 16 de março, foi criada à sua comarca com o seu termo e o de Quebrangulo desmembrado de Viçosa, que passou a ser comarca pela Lei nº 1473, de 17 de setembro de 1949.
Palmeira dos Índios perdeu os distritos de Igaci (1957, juntamente com Arapiraca que também cedeu parte de seu território para a formação do novo município), Cacimbinhas (1958), Minador do Negrão (1962) e Estrela de Alagoas (1991), elevados a categoria de municípios. Segundo a atual divisão administrativa do Estado, o município é formado por 3 distritos: sede, Caldeirões de Cima e Canafístula.
Conhecida como a “Princesa do Sertão”, Palmeira dos Índios tem também sua origem ligada à lenda do casal de índios Tilixi e Tixiliá. Conta-se que, há 200 anos atrás, Tixiliá estava prometida ao cacique Etafé, mas era apaixonada pelo primo Tilixi. Um beijo proibido condenou Tilixi à morte por inanição. Ao visitar o amado, Tixiliá foi atingida por uma flecha mortal de Etafé, morrendo ao lado de Tilixi. No local, nasceu a palmeira, que simbolizava o amor intenso do casal.