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Justiça
Postada em 31/07/2025 15:18 | Por Todo Segundo

Serial Killer de Maceió é condenado a mais de 24 anos pela morte de Ana Clara

Assassinato ocorreu em 2024, no bairro Vergel do Lago; mãe da vítima chorou ao pedir Justiça
Justiça condena “Serial Killer de Maceió” a 24 anos por assassinato de adolescente - Foto: Assessoria - MPE/AL

O ex-agente penitenciário Albino Santos de Lima, conhecido como o “Serial Killer de Maceió”, foi condenado nesta quinta-feira (31) a 24 anos e seis meses de prisão, em regime inicialmente fechado, pelo assassinato brutal da adolescente Ana Clara Santos Lima, de apenas 13 anos. O crime ocorreu em 2024, no bairro Vergel do Lago, e foi cometido na presença de uma criança de três anos.

A sentença foi proferida pelo juiz Yulli Roter após julgamento por júri popular realizado no Fórum Desembargador Jairon Maia Fernandes, no Barro Duro. Esta é a terceira condenação de Albino por homicídio em menos de um ano.

Durante o julgamento, Albino negou qualquer participação no crime. Em contradição com declarações anteriores, onde havia confessado ter assassinado Ana Clara, o réu tentou desqualificar as provas. “Eu não tenho nenhuma participação. O exame balístico não é eficaz. Não tem filmagem no assassinato dessa vítima que eu não conheço. Certamente estava em casa no dia que ela morreu, mas não me recordo exatamente”, declarou ao ser interrogado.

Mesmo negando envolvimento no caso de Ana Clara, Albino voltou a admitir outros dois homicídios — versões que já haviam variado em audiências anteriores, nas quais ele chegou a afirmar ter matado mais de 20 pessoas.

Por ordem judicial, a presença de Albino no tribunal não pôde ser registrada por imagens.

Mãe da vítima: “Quero Justiça, só isso”

O depoimento mais marcante do julgamento foi o de Piedade Wilma Melo dos Santos, mãe de Ana Clara. Comovida e aos prantos, ela descreveu a filha como sua companheira inseparável. “Minha filha era meu tudo. Tudo que eu tinha era ela. Agora não tenho mais. Eu quero Justiça, só isso”, disse.

O promotor de Justiça, Antonio Vilas Boas, destacou as inúmeras contradições do acusado. “O senhor disse, em outro júri, que matou mais de 20 pessoas. Está se contradizendo?”, confrontou o promotor. Albino respondeu: “Nem lá, nem aqui [menti]”.

Durante o julgamento, imagens de vítimas encontradas no celular do réu voltaram a ser debatidas. Ele negou perseguição à adolescente e alegou que os arquivos foram recebidos por WhatsApp. No entanto, o Ministério Público rebateu, lembrando que Albino já havia reconhecido Ana Clara anteriormente.

Vilas Boas classificou o réu como “psicopata” e “pervertido sexual”, mencionando pastas virtuais batizadas como “mortes especiais” e “odiadas do Instagram”. “Isso é repulsivo”, afirmou.

Segundo a acusação, o projétil retirado do corpo de Ana Clara e outro encontrado na cena do crime foram disparados pela arma de Albino. “Esses laudos são provas irrefutáveis”, enfatizou o promotor.

A sessão chegou a ser interrompida temporariamente após o advogado de defesa, Geoberto Bernardo de Lima, deixar o plenário para acompanhar outra audiência. O ato causou mal-estar e adiou a conclusão da análise do caso.

Albino alegou ainda estar vinculado ao sistema prisional. “Sou agente penitenciário do GAP, apenas afastado por motivos de saúde”, disse ao juiz.

Com a nova condenação, Albino acumula três penas por homicídio. Em abril, foi sentenciado a 37 anos pela execução de Emerson Wagner da Silva. Em junho, recebeu mais 24 anos pelo assassinato de Louise Gbyson Vieira de Melo.

Apesar das negativas, o histórico de confissões e a quantidade de provas acumuladas tornam o ex-agente um dos réus mais temidos e emblemáticos da história criminal recente de Alagoas.

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