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Polícia
Postada em 06/05/2025 14:39 | Atualizada em 06/05/2025 15:32 | Por Todo Segundo

Caso Gabriel Lincoln: comissão especial irá apurar morte de menor em ação policial

Dois delegados serão designados para atuar ao lado do delegado de homicídios de Palmeira
SSP promete rigor e transparência em caso de adolescente morto durante ação policial - Foto: Todo Segundo

É exclusivo! Em uma reunião realizada nesta terça-feira (6), em Maceió, a Secretaria de Estado da Segurança Pública de Alagoas (SSP/AL) assegurou à família de Gabriel Lincoln Pereira da Silva, de 16 anos, que irá designar uma comissão especial de delegados para investigar as circunstâncias da morte do adolescente, ocorrida durante uma abordagem policial em Palmeira dos Índios.

Embora a medida ainda não tenha sido oficializada por meio de portaria, a promessa foi feita pelo secretário, como resposta ao clamor da família e da sociedade por uma apuração imparcial e rigorosa dos fatos.

A reunião contou com a presença do pai de Gabriel, de representantes do Programa de Atenção Integral ao Policial Militar (PAIOL) e do comandante-geral da Polícia Militar de Alagoas, coronel Paulo Amorim.

Compromisso com a transparência

Segundo o secretário, a criação da comissão visa garantir uma investigação técnica, isenta e plural. “Nosso compromisso é com a verdade e com a transparência. Todas as circunstâncias serão devidamente apuradas, sem espaço para julgamentos precipitados ou interferências externas”, afirmou Saraiva.

Conforme apurado com exclusividade pelo Todo Segundo, dois delegados serão designados para se juntar ao delegado de homicídios de Palmeira dos Índios, que já está à frente do inquérito. A ampliação da equipe tem como objetivo reforçar a condução das investigações e ampliar o olhar técnico sobre o caso.

Versões em conflito

De acordo com o relatório inicial da Polícia Militar, Gabriel estaria realizando manobras perigosas com uma motocicleta na Avenida Bráulio Montenegro, no bairro Vila Maria, e desobedeceu a uma ordem de parada. 

Ainda segundo a corporação, durante a perseguição, o jovem teria sacado um revólver calibre .38 e efetuado disparos contra os policiais, que reagiram. Ele foi atingido e socorrido pelos próprios militares até a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) da cidade, mas não resistiu aos ferimentos.

O caso ocorreu na noite do último sábado (03). A polícia informou ter apreendido uma arma no local, contendo cinco munições intactas e uma deflagrada. Entretanto, essa versão é veementemente contestada pelos familiares da vítima. 

“Gabriel não estava armado”, afirma família

Flávia Ferreira, tia do adolescente, relatou ao que Gabriel havia saído de casa para comprar alimentos para a lanchonete da família e, ao se deparar com a viatura policial, teria se assustado e acelerado a moto — comportamento que, segundo ela, foi mal interpretado pelos agentes.

“Meu sobrinho era um menino tranquilo, estudioso, querido por todos. Não tinha envolvimento com crime, não portava arma alguma. A versão da polícia não condiz com a realidade”, afirmou, emocionada.
Investigação em andamento

A Polícia Civil já instaurou inquérito para apurar os detalhes do caso. Entre as providências tomadas estão exames periciais, como o teste residuográfico, que poderá confirmar ou descartar se Gabriel fez uso de arma de fogo. Também estão sendo analisadas imagens de câmeras de segurança nas imediações da ocorrência.

O advogado da família, Gilmar Menino, que participou da reunião com a SSP, declarou que irá acompanhar cada etapa das investigações. “O que a família quer é a verdade. E, se houver responsabilidade, que os culpados sejam responsabilizados”, afirmou.

Repercussão e protestos

A morte do adolescente causou comoção em Palmeira dos Índios. O corpo de Gabriel foi velado na residência dos avós, no Assentamento Cimenteira, onde centenas de pessoas compareceram para prestar as últimas homenagens. Nas redes sociais, moradores da cidade expressaram indignação, cobrando providências e justiça. Atos públicos e manifestações foram registrados nos dias seguintes ao fato.

Expectativa por justiça

Enquanto a sociedade aguarda os desdobramentos da investigação, a SSP reiterou aos familiares seu compromisso com uma apuração minuciosa e transparente. A formação da comissão especial de delegados — agora composta por dois novos nomes que irão reforçar os trabalhos do delegado de homicídios local — é vista como um passo importante para garantir que os fatos sejam esclarecidos à luz da lei.

A expectativa agora recai sobre os laudos periciais e os depoimentos que serão colhidos nos próximos dias, em meio à dor da família e à mobilização crescente da comunidade local, que exige respostas e justiça para a morte de Gabriel Lincoln.

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