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Francisco de Franca

Sobre o autor

Francisco de Franca: natural de Palmeira dos Índios, casado e advogado militante, ex-presidente da Câmara Municipal de Palmeira dos Índios, ex-vice-prefeito de Palmeira dos Índios, ex-vice-presidente da OAB/AL e ex-presidente da Uveal.
Postada em 25/01/2024 11:51 | Atualizada em 25/01/2024 11:59

JÚLIO CÉZAR E O JOGO POLÍTICO

Na sucessão municipal de Palmeira dos Índios tem um fato histórico que está passando despercebido pela maioria da população, principalmente, para os chamados cientistas políticos.

A família Raimundo, liderada por Gervásio Raimundo, ocupou todos os cargos importantes do município, menos o de prefeito. De secretário, vereador a presidente da Câmara. Já seu filho Marcelo Victor, está deputado, presidente da Assembleia Legislativa e amigo pessoal do governador Paulo Dantas e dos senadores Renan e Renan filho.

Pela posição de liderança que Marcelo Victor desfruta no estado é natural que sonhe com alguém da família como prefeito de Palmeira, sua terra natal.

Como o atual prefeito Júlio Cézar não pode ser candidato ao terceiro mandato, os Raimundos dificilmente terão outra oportunidade, com chance de vitória, de concorrerem ao executivo municipal. É agora ou nunca!

Atualmente, a maior liderança política da cidade, todos nós sabemos que é o prefeito Júlio Cézar e está legalmente impedido de concorrer. Mas, Júlio sabe o valor que tem. Fez um excelente trabalho e ganhou a simpatia do povo e seja quem for o candidato apoiado por ele, será forte concorrente.

O dilema de Júlio é a confiança no escolhido, geralmente depois de eleito rompe. O que fazer? Arriscar tudo numa candidatura, sem garantia de vitória ou negociar seu futuro político?

Em política tudo é jogo e ele nesse momento está jogando certo. Lançou alguém fora do meio e do traquejo político para mostrar sua força eleitoral e com certeza vai pontuar bem. Inteligente como é, já está usando o seu marketing pessoal contra a rejeição do ex-prefeito James Ribeiro, para polarizar sua candidata Júlia da Silva com Mosabele Ribeiro. Será que vai dar certo? Só Deus sabe.

Mas, ainda não é suficiente para garantir a vitória de sua candidata. Eleição é um jogo difícil de prever o resultado, além de muito dispendiosa, mesmo sendo custeada pelo erário. Ninguém tem certeza do resultado das urnas, ganhar ou perder faz parte do jogo. Como ninguém prevê o futuro, melhor será negociá-lo.

Já Marcelo Victor, que tem todo o poder no estado e a simpatia do governo federal através dos Renans, deverá negociar com Júlio Cézar o apoio ao seu sobrinho, Ronaldo Raimundo, (presidente da Câmara) a ser o escolhido para sucessão.

Ronaldo Raimundo é um bom nome. Está no quarto mandato de vereador, e, atualmente no segundo mandato como presidente da Câmara, portanto, já tem experiência administrativa.

Ronaldo está sendo um bom articulador político, tem a simpatia de quase todos os vereadores e um excelente relacionamento com a administração municipal (Júlio Cézar ).

Caso Marcelo Victor queira entrar no jogo da sucessão municipal, já pode levar Karla Cavalcante direto pra Assembléia como deputada e garantir Júlio Cézar como secretário de estado no primeiro dia do ano de 2025. Poder para isto ele tem e tem fama de homem de palavra.

Num acordo entre Marcelo Victor e Júlio Cézar, só quem ganha é Palmeira que terá mais investimentos do governo do estado, dando apoio à candidatura do sobrinho do presidente da Assembléia Legislativa.

Levando-se em consideração que Júlio Cézar ainda poderia colocar Júlia da Silva como vice-prefeita. Poderia ser bom para todos.

Caso Júlio Cézar persista na candidatura de sua tia Júlia da Silva e esta vier a perder a eleição, não teria mais chance de levar a esposa para Assembléia e ser secretário de estado. Passaria então dois anos sem mandato. Poderia até depois voltar para a prefeitura, mas, sem garantias, pois, sem mandato e sem poder, os apoios costumam sumir. Tarefa difícil.

Num acordo com Marcelo Victor, até deputado poderia sonhar em ser. Não esquecer que Marcelo Victor elegeu o desconhecido Luciano Amaral deputado federal.

Costumo dizer que em política, tudo pode acontecer, inclusive nada.

Francisco de França-Advogado

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