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Política
Postada em 06/08/2025 23:20 | Atualizada em 06/08/2025 23:39 | Por Todo Segundo

O último adeus a Marcelo Lima: Quebrangulo enterra seu eterno líder

Ex-prefeito foi eleito seis vezes e deixou legado de trabalho e proximidade com a população
Cidade de Quebrangulo para para se despedir de Marcelo Lima, líder político - Foto: Rogério Costa / Gazeta News

Quarta-feira, 6 de agosto de 2025. Na tarde em que Quebrangulo parou, não foi feriado, nem festa. Foi luto. Foi despedida. Foi dor coletiva. O corpo de Marcelo Lima, ex-prefeito do município por seis mandatos, percorreu lentamente as ruas da cidade que ele tanto defendeu — agora não mais em campanha, mas seguido por um povo inteiro em silêncio, levando no peito uma gratidão entristecida.

Marcelo, de 65 anos, morreu na terça-feira (5), ao cair de um caiaque durante uma travessia no Rio Paraíba. A tragédia interrompeu um momento de lazer que, para ele, era também um gesto simbólico: mostrar que sua cidade, pequena e interiorana, guarda paisagens e riquezas que merecem ser vistas.

O cortejo, saindo da antiga sede da Prefeitura, local que por tanto tempo foi extensão de sua casa, atravessou Quebrangulo até o cemitério Frei Caetano de Messina. A cada esquina, moradores emocionados se juntavam ao trajeto. Crianças, idosos, comerciantes, servidores — todos estavam ali.

Davi Maia, filho do ex-prefeito e ex-deputado estadual, falou com coragem ao lado do caixão. Sem esconder a dor, descreveu o pai como um homem que recusava o descanso e buscava, mesmo após décadas de vida pública, novos caminhos para servir sua terra.

“Ele não sabia ficar parado. Queria adrenalina, queria natureza, queria turismo para Quebrangulo. Era um apaixonado pela cidade e morreu tentando fazer com que os outros também se apaixonassem. Meu pai era feito de energia, de planos, de amor por essa cidade”, disse Davi, em meio a lágrimas.

O relato tocou quem o ouvia. Não era apenas um filho se despedindo do pai. Era um povo dizendo adeus ao seu líder.

Um político, um cidadão, um símbolo

Marcelo Lima começou a carreira política no início dos anos 1990. Foi eleito prefeito pela primeira vez em 1992. Desde então, venceu todas as eleições que disputou no município, sendo reeleito pela última vez em 2020 com impressionantes 79,12% dos votos.

Engenheiro agrônomo formado pela Ufal, apostou em políticas sociais, em projetos de habitação e conduziu a cidade com firmeza durante momentos críticos, como as enchentes de 2010 e a pandemia de 2020.

Mas fora do gabinete, era o mesmo homem: simples, acessível, apaixonado por Quebrangulo. Nos últimos anos, sua voz ecoava principalmente em defesa do turismo local, das trilhas, do rio, das paisagens esquecidas. Queria ver sua terra reconhecida — e sonhava alto.

Uma ausência presente

O sepultamento de Marcelo Lima encerrou um capítulo de grandeza política no interior de Alagoas, mas deixou aberta uma nova página: a da memória. Para muitos, ele não foi apenas um prefeito eficiente — foi a ponte entre a simplicidade do interior e a esperança de dias melhores.

A cidade, agora, guarda silêncio. Mas a voz de Marcelo ainda ressoa nas praças, nas escolas, nos programas sociais que criou, e no sonho que ele não pôde terminar: o de mostrar ao mundo as belezas escondidas de Quebrangulo.

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