O governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), que busca a reeleição no segundo turno das eleições 2022, foi afastado do cargo por 180 dias após uma decisão da ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A investigação apura se houve desvios de recursos da Assembleia Legislativa do Estado de Alagoas, que foi presidida por Dantas até maio deste ano.

O Ministério Público Federal e a Polícia Federal cumprem, na manhã desta terça-feira (11), medidas cautelares no bojo da Operação Edema, que apura a possível prática sistemática de desvios de recursos públicos que ocorre desde o ano de 2019 no âmbito do Poder Público do Estado de Alagoas.

Ao todo, foram cumpridos 31 mandados de busca e apreensão em imóveis vinculados aos investigados. Conforme a decisão judicial, a partir desta terça, os investigados estão impedidos de manter contato entre si e de frequentar os órgãos públicos envolvidos na investigação. As medidas cautelares incluem ordem de sequestro de bens e valores que chegam a R$ 54 milhões. Dezenas de imóveis foram objetos de constrição. 

A investigação, ainda em sigilo, aponta a ocorrência dos crimes de organização criminosa, peculato e lavagem de dinheiro. Também nesta terça-feira, o vice-governador será comunicado a respeito da ordem judicial de afastamento do governador do cargo, afirma uma nota divulgada pela Procuradoria-Geral da República.

Paulo Dantas disputa o segundo turno das eleições 2022 com apoio do senador Renan Calheiros (MDB-AL) e do senador eleito Renan Calheiros Filho (MDB) e do ex-presidente Lula. No primeiro turno ele obteve 46,64% dos votos válidos. Já seu concorrente, Rodrigo Cunha (União Brasil), é apoiado pelo presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP). Cunha teve 26,79% dos votos válidos no primeiro turno.