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Justiça
Postada em 10/02/2025 18:11 | Por Todo Segundo com Ascom

Serial killer de Alagoas é denunciado por feminicídio de mulher trans

Ministério Público denunciou Albino Santos de Lima pela morte de Louise Gbyson Vieira de Melo, assassinada em dezembro de 2023
Ministério Público denunciou Albino Santos de Lima pela morte de Louise Gbyson Vieira - Foto: Reprodução

O Ministério Público de Alagoas (MPE/AL) ofereceu, nesta segunda-feira (10), uma nova denúncia contra Albino Santos de Lima, conhecido como “Serial Killer de Alagoas”, pela morte de Louise Gbyson Vieira de Melo, uma mulher transgênero. O crime ocorreu no dia 11 de dezembro de 2023, no bairro Vergel do Lago, em Maceió.

A denúncia por crime de feminicídio por motivo torpe, com o réu agindo com emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima foi oferecida em conformidade com a Recomendação 128 do Conselho Nacional de Justiça que, em seu entendimento, afirma que nesses casos (sendo o assassino homem e a vítima mulher) deve o julgamento ser protocolado por perspectiva de gênero. E aplicando, também, o artigo 5º da Lei Maria da Penha que é claro ao dizer “que a violência doméstica e familiar contra a mulher é entendida como qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial”, e não no sexo biológico.

Na descrição do fato criminoso, o promotor de Justiça Antônio Vilas Boas ressalta que o réu possuía o sentimento de agir com justiçamento ao escolher suas vítimas, sempre mulheres, por repulsa ao sexo feminino, razão pela qual pesquisava por meses os perfis nas redes sociais, calculava minunciosamente o crime, separando fotografias, depois perseguia cada uma e executava . O que não foi diferente com Louise Gbyson Vieira de Melo. Albino Santos de Lima tinha inclusive uma identificação para elas “odiadas do Instagram” ou “mortes especiais” circulando no calendário a data do fato. Já para as demais, que pensava em colocar na lista criminosa, tinha uma pasta exclusiva nomeada com a palavra “investigar”.

“As evidências estão mais do que comprovadas, oficial e tecnicamente, por maio do laudo pericial. A arma do crime foi a mesma utilizada pelo réu contra outras jovens na mesma região. Não há quaisquer dúvidas sobre mais uma violência por ele cometida, com fim morte, de que estamos diante de um homicídio qualificado , de mais um crime hediondo e ele deve ir à juri popular e responder pelos seus atos”, afirma o promotor Vilas Boas.

As apurações chegaram à descobertas estarrecedoras, entre elas que o assassino tinha em seu aparelho celular pastas com os nomes das vítimas escolhidas e mortas, onde armazenava matérias jornalísticas noticiando as barbáries por ele cometidas. Como se não bastasse, ainda fazia autorretratos, conhecidas “selfies”, nos locais onde eram sepultadas.

O crime

Era por volta das 21h45 , do dia 11 de dezembro de 2023, quando Louise retornava, a pé, da escola para casa. Desconfiada de que estava sendo perseguida por um carro, pedira ajuda a uma amiga que a acompanhou até em casa.

Em determinado momento, ambas perceberam que o veículo não estava mais na rua e deduziram que havia ido embora, no entanto Louise foi surpreendida Albino que deflagrou vários tiros contra a sua cabeça sem a menor chance para se defender. As amigas da vítima relataram que avistaram o assassino, era um homem vestindo preto e de estatura mediana.

Após exames balísticos, a Polícia Científica comprovou que os projéteis retirados do corpo de Louise Gbyson tinham sido deflagrados da pistola de calibre 380 pertencente ao pai do criminoso, um policial militar da reserva, a mesma arma utilizada pelo denunciado em outros crimes.

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