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Justiça
Postada em 30/09/2024 22:09 | Por Assessoria - MPE/AL

MP pede prisão preventiva de PM suspeito da morte de Kleber Malaquias

Orgão estadual entrou com pedido após comprovação de fraude processual
Kleber Malaquias foi assassinado em Rio Largo quando estava em um bar, em 2020 - Foto: Divulgação

O Ministério Público do Estado de Alagoas (MP/AL) pediu a prisão preventiva de um policial militar acusado de participar do assassinato do ativista político Kleber Malaquias, crime ocorrido em 20 de julho de 2020, em Rio Largo.

O PM já havia sido pronunciado e aguardava julgamento por envolvimento no homicídio, mas estava respondendo ao processo em prisão domiciliar por problemas de saúde. No entanto, a 3ª Promotoria de Justiça de Rio Largo constatou que o PM, juntamente com um delegado e um agente da Polícia Civil – que também se envolveram no crime, voltou a praticar atos ilícitos, levando o MPAL a protocolar um pedido de nova detenção do réu.

O Ministério Público comprovou que o sargento da Polícia Militar teve papel ativo no crime ao seguir a vítima, junto com os demais acusados, cercando-a no Bar da Buchada, onde Kleber Malaquias foi assassinado. Ele foi acompanhado do autor dos disparos que mataram a vítima. Além disso, após conseguir liberdade provisória, o policial passou a obstruir o andamento da ação penal, dificultando o julgamento e apresentando provas forjadas que atribuíram o crime a uma pessoa já falecida, o que, segundo o Ministério Público, comprometeu a ordem pública.

O militar preso, o delegado e o agente da Polícia Civil, em comum acordo com a ex-companheira desse homem morto que teria sido acusado da morte de Kleber Malaquias – foi ela quem assassinou o marido, elaboraram uma farsa para interferir no julgamento do caso. Eles alegaram que esse morto, o policial militar Alessandro Fábio da Silva, foi o verdadeiro autor da morte do ativista político. Tal manobra visava isentar todos os indiciados, mas, a trama foi descoberta após uma investigação conduzida pelo Ministério Público e pela Polícia Federal.

A fraude processual, que levou à prisão do militar, foi a mesma que resultou na prisão do delegado, detido na semana passada. Era ele quem estava na presidência do procedimento investigativo e decidiu por fraudar a ação penal. Com as prisões, o PM, o delegado, o agente da Polícia Civil e a ex-companheira foram formalmente denunciados.

Na representação, o MP/AL argumentou, por fim, que o atual estado de saúde do réu permite a decretação da prisão preventiva, visto que, ao cometer novos delitos, ele demonstrou estar apto a enfrentar as consequências legais de suas ações. Diante disso, o órgão considera a prisão uma medida essencial para prevenir a prática de novos crimes, garantir a ordem pública.

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