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Justiça
Postada em 13/06/2025 17:19 | Atualizada em 13/06/2025 21:42 | Por Todo Segundo

MP pede mudança de local do júri de feminicídio em São José da Tapera

Réu confesso deve ser julgado fora da cidade onde cometeu o crime para garantir isenção do júri
Leandro Barros Pinheiro é réu confesso pelo assassinato da esposa, Mônica Cristina - Foto: Reprodução

O Ministério Público de Alagoas (MPAL) solicitou nesta sexta-feira (13), o desaforamento do julgamento de Leandro Pinheiro Barros, acusado de matar a esposa, Mônica Cristina Alves Barros, em um caso de feminicídio que comoveu São José da Tapera, no Sertão do Estado. O crime ocorreu em 18 de junho de 2023, em frente ao Fórum da cidade, e ganhou grande repercussão na época.

A medida foi requerida pela Promotoria de Justiça de São José da Tapera, por meio do promotor Fábio Nunes, após a conclusão da primeira fase do processo judicial. O pedido de desaforamento — instrumento legal que permite a mudança do local de julgamento — busca assegurar a imparcialidade do júri.

“O Ministério Público entendeu que, pela repercussão do caso, também pelo grande ciclo de amizades do réu na cidade, e havendo fundadas suspeitas de que os jurados não agiriam com imparcialidade, o julgamento deveria ocorrer em outra comarca”, explicou o promotor.

Segundo o MPAL, além da popularidade de Leandro Barros no município, pesam contra ele antecedentes familiares que incluem envolvimento em crimes. O histórico reforça a preocupação da promotoria com possíveis influências indevidas no julgamento.

O caso

Mônica Cristina foi morta poucas horas após ter gravado um vídeo em que denunciava o relacionamento abusivo que mantinha com o marido. Na gravação, feita durante a madrugada, a vítima aparece caminhando assustada por uma rua escura, relatando que estava tentando se esconder do agressor. Em tom de desabafo, alertou: “Se eu aparecer morta, foi ele quem fez isso.”

Horas depois, Mônica foi brutalmente assassinada em frente ao Fórum de São José da Tapera. O réu tentou fugir, mas a prisão foi solicitada pelo MPAL imediatamente após a denúncia formal de homicídio triplamente qualificado — por motivo torpe, feminicídio e impossibilidade de defesa da vítima.

Desde então, Leandro Pinheiro Barros responde como réu confesso e está preso preventivamente.

Próximos passos

Com o pedido de desaforamento, caberá ao Tribunal de Justiça de Alagoas decidir se o julgamento será transferido e, em caso positivo, qual será a nova comarca responsável pelo júri. A expectativa é que a mudança ocorra para garantir a lisura e a segurança do processo judicial.

O Ministério Público de Alagoas reforça que continuará atuando com firmeza no combate à violência contra a mulher, buscando a responsabilização exemplar de autores de crimes como o que vitimou Mônica Cristina.

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