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Postada em 23/07/2025 10:02 | Atualizada em 23/07/2025 10:07 | Por Todo Segundo

Nutratta suspende produção após mortes de cavalos em Alagoas e mais 7 estados

Empresa se pronuncia pela primeira vez e confirma presença de composto venenoso usado em adubação
Nutratta admite substância tóxica em ração após morte de centenas de cavalos no Brasil - Foto: Reprodução

A Nutratta Nutrição Animal Ltda se pronunciou publicamente pela primeira vez após a morte de centenas de cavalos em várias regiões do Brasil, atribuída ao consumo de rações produzidas pela empresa. Em nota enviada na terça-feira (22), ao portal Metrópoles, a fabricante admitiu a possível presença de uma substância tóxica em seus produtos, acendendo um alerta nacional sobre os riscos à saúde animal no setor agropecuário.

De acordo com a empresa, análises preliminares identificaram a presença de monocrotalina, um composto tóxico derivado de plantas do gênero Crotalaria, comumente utilizadas na adubação verde. A contaminação pode ter ocorrido por meio de matérias-primas de origem vegetal, utilizadas em diversas cadeias produtivas da indústria de ração.

“Lamentamos profundamente os relatos de intoxicação e óbitos de animais supostamente associados ao produto”, declarou a empresa em nota.

Como resposta à crise, a Nutratta informou que suspendeu voluntariamente a comercialização da ração e adotou uma série de medidas preventivas e corretivas imediatas, entre elas:

  • Reforço nos controles laboratoriais;
  • Revisão dos critérios de qualificação de fornecedores;
  • Adoção de protocolos mais rigorosos de rastreabilidade de insumos vegetais;
  • Reestruturação de protocolos sanitários e do layout da fábrica.

Tragédia em escala nacional

Segundo levantamento mais recente, 788 cavalos morreram após consumo da ração contaminada. Outros 513 animais seguem em tratamento e 410 permanecem sob observação clínica. Os principais sintomas relatados incluem desorientação, mudanças de comportamento e dificuldades motoras, além de casos graves de insuficiência hepática.

As mortes foram confirmadas em Alagoas, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Goiás, Rio Grande do Norte e Santa Catarina. Em Alagoas, foram registradas mais de 60 mortes, com grande impacto sobre criadores e centros de equoterapia.

Ação do Ministério da Agricultura

As primeiras mortes foram registradas em abril, mas as investigações oficiais só começaram em 26 de maio. No dia 4 de junho, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) determinou a suspensão da venda de todas as rações produzidas pela Nutratta a partir de 8 de março de 2025.

Duas semanas depois, em 17 de junho, a pasta ordenou o recolhimento de todos os produtos destinados a equídeos fabricados desde 21 de novembro de 2024, como medida de precaução. No dia 25 de junho, o Mapa confirmou, por meio de ofício, a presença de substâncias tóxicas nas rações analisadas.

O Ministério alertou ainda que a complexidade do caso dificulta o diagnóstico e o controle, já que muitos sintomas podem surgir dias após a suspensão do uso da ração contaminada.

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