A Nutratta Nutrição Animal Ltda se pronunciou publicamente pela primeira vez após a morte de centenas de cavalos em várias regiões do Brasil, atribuída ao consumo de rações produzidas pela empresa. Em nota enviada na terça-feira (22), ao portal Metrópoles, a fabricante admitiu a possível presença de uma substância tóxica em seus produtos, acendendo um alerta nacional sobre os riscos à saúde animal no setor agropecuário.
De acordo com a empresa, análises preliminares identificaram a presença de monocrotalina, um composto tóxico derivado de plantas do gênero Crotalaria, comumente utilizadas na adubação verde. A contaminação pode ter ocorrido por meio de matérias-primas de origem vegetal, utilizadas em diversas cadeias produtivas da indústria de ração.
“Lamentamos profundamente os relatos de intoxicação e óbitos de animais supostamente associados ao produto”, declarou a empresa em nota.
Como resposta à crise, a Nutratta informou que suspendeu voluntariamente a comercialização da ração e adotou uma série de medidas preventivas e corretivas imediatas, entre elas:
Tragédia em escala nacional
Segundo levantamento mais recente, 788 cavalos morreram após consumo da ração contaminada. Outros 513 animais seguem em tratamento e 410 permanecem sob observação clínica. Os principais sintomas relatados incluem desorientação, mudanças de comportamento e dificuldades motoras, além de casos graves de insuficiência hepática.
As mortes foram confirmadas em Alagoas, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Bahia, Goiás, Rio Grande do Norte e Santa Catarina. Em Alagoas, foram registradas mais de 60 mortes, com grande impacto sobre criadores e centros de equoterapia.
Ação do Ministério da Agricultura
As primeiras mortes foram registradas em abril, mas as investigações oficiais só começaram em 26 de maio. No dia 4 de junho, o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) determinou a suspensão da venda de todas as rações produzidas pela Nutratta a partir de 8 de março de 2025.
Duas semanas depois, em 17 de junho, a pasta ordenou o recolhimento de todos os produtos destinados a equídeos fabricados desde 21 de novembro de 2024, como medida de precaução. No dia 25 de junho, o Mapa confirmou, por meio de ofício, a presença de substâncias tóxicas nas rações analisadas.
O Ministério alertou ainda que a complexidade do caso dificulta o diagnóstico e o controle, já que muitos sintomas podem surgir dias após a suspensão do uso da ração contaminada.
E-mail: portaltodosegundo@hotmail.com
Telefone: 3420-1621