Por Roberto Gonçalves

O impasse entre os marchantes arapiraquenses e a empresa FrigoVale, que paralisou as atividades 24 horas após sua inauguração após o protesto da categoria em frente a sede da empresa na localidade Olho D’água dos Cajuzinhos será decidido pelo Ministério Público na próxima terça-feira (12).

A empresa ganhou a concessão para o abate e a comercialização de animais no município e atende as exigências dos órgãos de controle sanitário. O investimento da empresa foi da ordem de R$ 12 milhões além dos recursos do município na construção do espaço físico.

A reunião no Ministério Público deve contar com o representante da empresa FrigoVale, e o representante da categoria dos marchantes, Marlus dos Santos, que representa 600 profissionais que atuam na venda de carnes em Arapiraca. Eles não concordam que a empresa se apropriasse de alguns órgãos de animais, como fígado e vísceras. Esses órgãos seriam industrializados e embalados pela FrigoVale e revendidos. Os marchantes exigem que após o abate as vísceras e o fígado dos animais sejam devolvidos a eles.

Integrantes da FrigoVale alertam que o retorno do abate no antigo matadouro público as margens do lago Perucaba é um retrocesso e um atentado a saúde pública da população arapiraquense. Outro alerta é de que o antigo matadouro despeja dejetos no lago Perucaba provocando poluição ao meio Ambiente. Já o representante da categoria dos marchantes, Marlus dos Santos, em entrevista a uma emissora de rádio local acusou a FrigoVale de não construir a lagoa de decantação para os dejetos da empresa na localidade Olho D’água dos Cazuzinhas na zona rural de Arapiraca.

Em nota oficial a FrigoVale divulgou que a comercialização dos subprodutos dos animais (fígado e vísceras) está prevista no contrato com a Prefeitura de Arapiraca. Portanto a empresa não alterou nenhuma norma estabelecida no contrato.

Em virtude desse impasse a FrigoVale decidiu suspender as atividades temporariamente após a inauguração.

Nota oficial da FrigoVale
A FrigoVale Alagoas vem a público esclarecer alguns pontos relacionados à atividade de abate e comercialização de animais em suas dependências.

1. A FrigoVale Alagoas é uma empresa privada, detentora da concessão do espaço para atividade frigorífica que compreende a prestação de serviço de abate para terceiros e a comercialização dos subprodutos resultantes do abate.

2. O objetivo da FrigoVale Alagoas é oferecer produtos de qualidade e obedecendo à legislação sanitária, ambiental, trabalhista e comercial.

3. A atividade desenvolvida pela FrigoVale é comercial, privada e obedece estritamente as condições previstas no contrato de concessão, que em nenhum momento foram alteradas por essa empresa. O contrato estabelece que o frigorífico é remunerado por uma tarifa de abate e pela comercialização dos subprodutos.

4. Estamos cientes de que essa oferta gera um aumento no custo final dos produtos que chegarão às mesas dos consumidores; entretanto, esse custo é plenamente compensado pelos ganhos relacionados à confiabilidade dos alimentos, que, quando originados na FrigoVale, seguramente não transmitirão doenças.

5. Compreendendo que o abate de animais em empresa com tais padrões de qualidade envolve custos superiores, a FrigoVale Alagoas, visando minimizar o impacto financeiro na cadeia produtiva, por sua livre iniciativa e sem obrigação legal, resolveu oferecer descontos nas tarifas de abate e nos produtos que, de acordo com o contrato, são destinados à comercialização por ela.

6. A FrigoVale Alagoas não tem influência sobre as atividades de abate que ocorrem no matadouro público de Arapiraca, tampouco é responsável por seu funcionamento ou seu fechamento, sendo que tudo que diz respeito a essa localidade é de responsabilidade exclusiva dos agentes públicos.

Estamos conscientes de que nossa empresa chega a Arapiraca para somar e gerar mais qualidade, desenvolvimento e riqueza para a cadeia produtiva, e saúde para a mesa do consumidor.