Por Berg Morais

A matéria intitulada “Eleição para presidência da OAB pode ter chapa única em Palmeira”, postada anteriormente, causou grande repercussão na classe advocatícia em Palmeira dos Índios e principalmente nas redes sociais. Isso por que dois advogados não souberam interpretar o texto e fizeram comentários de forma antecipada e tendenciosa. Como na política, será que foi ciúme?

Não diferente da manchete, o texto destaca as palavras “pode”, “podendo” e “poderá”. Principalmente na frase: “A chapa pode ser um consenso na classe podendo ser a única inscrita para a eleição”. Até um aluno do ensino infantil saberia distinguir o verbo “poder”. Mas vamos lá! Quando se diz que uma pessoa “pode” fazer algo, não significa dizer que ela “vai” fazer algo.

Em momento nenhum foi colocado nada em definitivo. O verbo “poder” foi posto na condição de uma possibilidade. Até por que, qualquer candidatura só é efetivada quando for registrada. Não obstante a isso, houve um grupo que se manifestou de forma desrespeitosa, a ignorar o que está escrito.

Um usuário publicou, às 09:43h, do mesmo dia de publicação da matéria, o seguinte comentário: “Para fazer a publicação de tais informações seria necessário ter conhecimento do que realmente está acontecendo junto a maior parte dos Advogados e não a pequenas minorias”. Não publicarei a identificação dos nomes, pois não há garantias de veracidade do autor: qualquer um pode ser passar por outro.

Em um grupo de advogados do facebook e no whatsapp, outro texto foi publicado. “Trata-se de uma informação equivocada, infeliz, e que afronta , desrespeita e menospreza a classe de advogados... fica meu voto de repúdio a este tipo de manifestação infundada , desrespeitosa e manipuladora , pois a proposta lúcida e prudente vem daqueles que proclamam a verdade”.

Onde há desrespeito, menosprezo e afronta no texto? Antes de postar qualquer comentário aqui neste espaço ou em qualquer outro, até mesmo numa roda de conversas, se sugere a interpretação de textos e falas para não serem feitos julgamentos sem conhecimento de causa. Isso independe de ser para uma “maior parte” ou para “pequenas minorias”. 

Se, de fato, existir uma outra candidatura, que se manifeste através dos meios lícitos e democráticos. Não através de fofoca ou coisa do gênero. Utilizar de outros meios para responder não condiz com o propósito de quem quer representar a classe que luta em defesa da liberdade de expressão, por exemplo.

Mesmo assim, o blog se coloca a disposição para divulgar a manifestação dos grupos, caso queiram. O espaço é democrático e está aberto. Vergonhoso é a utilização de outros canais para se fazerem interpretações equivocadas sobre o conteúdo do texto. Lamento, profundamente, que tenham interpretado de acordo com sua conveniência, com seus interesses de forma não saudável.

Querem os especialistas que uma das mais aterrorizantes deficiências do ensino brasileiro, provavelmente, a que faz rastejar pelo semi-analfabetismo multidões de brasileiros, seja a incapacidade de ler bem e fluentemente, sobretudo, a de interpretar claramente aquilo que lê. Podemos esperar que os autores dos comentários não saibam interpretar um texto, não. Não podemos, é claro. Mas então, o que terá sido?