Carrefour - Osasco, Grande São Paulo.

Eu não sei o que aconteceu, fui abandonado, não entendo por que? Eu gostava tanto da minha família, da minha casa e meus brinquedos. Infelizmente, me deixaram para trás, estive presente em tantos momentos da vida deles. Cuidando da casa, protegendo nosso cantinho, preocupado com as crianças, em mantê-las sempre por perto e seguras.

Nós brincávamos muito. Eu era extremamente feliz até se livrarem de mim... Eu via sorrisos, os olhos brilharem a meu ver, recebia todos no portão de casa com muita alegria, gostava de pular e lamber todos eles, eu os amava. Mesmo, sem saber porque me largaram aqui, eu ainda os amo da mesma forma.

Fiquei assustado quando me jogaram aqui. São tantas pessoas diferentes, não sei como me comportar direito, o medo me toma por dentro. Cadê eles? Não os vejo aqui! Que estranho... Cadê meu lugarzinho? Eu só quero chorar agora, quanta dor no meu coraçãozinho, esse aperto profundo no meu peito. Quem vai cuidar das coisas em casa e receber eles nesta noite? Sinto-me sem força e angustiado. Vou dormir por aqui...

Nossa! Quanta gente aqui hoje, é tudo tão grande e estranho. Quem são aqueles homens de preto na porta? Será que devo entrar? Quem sabe me dão comida né, estou com fome e sede. Que isso? Por que me empurra assim? Certamente não me querem aqui. Parece que existe umas pessoas legais, próximo aquela pilastra. Ficarei por aqui. Está tranquilo, que bacana, comida e água! Uau!!!

O que será que está acontecendo? Só quero ficar tranquilo aqui com meus novos amigos. Eu quero entrar e não me deixam!

Olá senhor, como vai? Bom dia!
Oi senhoritas, bom dia! Bom, estão muito ligadas no celular.

Por que esse homem de preto está atrás de mim? E, esse pedaço de madeira na mão dele... Me seguindo ainda, está me deixando com medo. É preciso me afastar dele! Quero apenas ficar sem confusão amigo! O que isso, não, não, nãoooo...!!! Minha pata, meu corpo, está sagrando... O que aconteceu? O que fizeram comigo? O que fiz a ele? Quanta dor, não consigo sentir meu corpo, está dormente, e, esse sangue todo caindo pelo chão? Quem são vocês? Soltem-me, não quero que me toque, deixem-me em paz, saiam... Não estou sentindo-me bem, alguma coisa está me deixando fraco e sonolento. Já não vejo luz... Cadê minha família, meu pai, minha mãe, as crianças?

Luto!