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Saúde
Postada em 07/08/2016 22:12 | Atualizada em 09/08/2016 23:25 | Por Todo Segundo

Número de fumantes em Alagoas registra nova redução, aponta estudo

Sesau investe na criação de Núcleos Municipais de Combate ao Tabagismo
Número de fumantes em Alagoas registra nova redução, aponta estudo - Foto: Divulgação
Por Mônica Lima

A nicotina é uma das drogas mais viciantes e deixar de fumar se torna um grande desafio para quem se propõe a se livrar do vício. A luta para se libertar do fumo não é fácil e poucos conseguem se livrar sem a ajuda de profissionais, como os atuam nos Núcleos de Atendimento ao Fumante.

Em Alagoas, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) realiza ações, através do Programa de Combate ao Tabagismo e o resultado tem sido positivo, já que o número de fumantes entre pessoas acima de 18 anos caiu de 7,2% em 2015 para 7,0% nos primeiros meses de 2016.

Na década passada muitas pessoas se tornaram fumantes levados pelos filmes, que mostravam os heróis com cigarro e ganhou reforço com as propagandas na televisão e as novelas, que mostravam os artistas dando “baforadas”. Mas com o passar dos anos e o surgimento da geração saúde, mais preocupada com a qualidade de vida, fumar começou a ser considerado um atentado à saúde.

Levados pelos novos tempos, os gestores de saúde em todo Brasil passaram a investir na prevenção e combate ao tabagismo. E, em Alagoas, não foi diferente, a Sesau em 1988 deu o pontapé com ações de prevenção e conscientização, através do Programa Estadual de Combate ao Tabagismo. A partir de 2005 as atividades se intensificaram, com a realização de palestras em empresas, escolas, indústrias e outros locais, mostrando à população os malefícios do fumo.

A coordenadora do Programa Estadual de Combate ao Fumo, Vetrúcia Teixeira, que há mais de uma década está à frente das ações tem acompanhado a evolução e o progresso de ex-fumantes, que resolveram deixar o vício. Segundo ela, a redução vem ocorrendo gradativamente e chegou a 7,0% entre a população maior de 18 anos, o que é considerado uma vitória.

Mesmo com o resultado, Vetrúcia afirma que é importante investir na prevenção, alertando as novas gerações sobre o mal que o fumo causa, podendo levar ao desenvolvimento de câncer e outras doenças. “O Programa Estadual de Combate ao Tabagismo tem desenvolvido várias ações no estado, tanto nos municípios, como nas escolas, empresas e outros segmentos, alertando e mostrando que fumar é um hábito que deve ser abolido pelo mal que causa à saúde”, frisou.

Um cigarro possui 4.700 substâncias tóxicas, entre elas a nicotina que causa a dependência. Os resíduos vão se acumulando e terminam contribuindo para o surgimento de doenças respiratórias, circulatórias e os cânceres de boca, bexiga e pulmão. E, ainda, impotência sexual nos homens, complicações na gravidez, aneurismas arteriais, úlcera do aparelho digestivo, entre outros.

Parar de fumar não é uma missão fácil, principalmente para quem começou ainda na adolescência e há casos em que é necessária a ajuda de profissionais. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostram que fumantes que tentam parar de fumar sem ajuda médica têm uma menor chance de sucesso (média de 5%). E mesmo entre os que conseguem largar o cigarro, apenas de 0,5% a 5% mantêm a abstinência por um ano sem apoio médico.

Vetrúcia Teixeira explica que em Alagoas existem os “Núcleos de Atendimento ao Fumante”, com equipe multiprofissional que ajuda quem quer se livrar do vício. Em Maceió, o núcleo funciona no II Centro de Saúde (na Maravilha) e no Hospital Universitário (Cidade Universitária). E em Arapiraca, Palmeira dos Índios, Junqueiro, Messias, Teotônio Vilela, Igreja Nova, Ibateguara, Quebrangulo, Pilar, Piaçabuçu e em Palestina.

45 anos dependente do fumo

Há anos o cigarro estava presente na vida da professora aposentada Maria América Menezes, já que seus pais eram fumantes. Mas o contato com o tabaco ocorreu na adolescência, levada pelos arroubos da juventude e o incentivo dos colegas de escola, que fumavam. O tempo foi passando e Maria não largava o fumo, apesar de ser repreendida pelos filhos, que não concordavam com o vício da mãe.

A vontade de parar de fumar era grande, mas América resistia e para não chamar a atenção dos filhos, fumava escondido. “Me sentia péssima quando fumava escondido, já que os filhos não gostavam e depois ficava um mau cheiro”, disse a aposentada. Mas há três anos, decidiu definitivamente deixar o velho hábito, após desenvolver um problema na garganta e ser alertada pelo médico que poderia desenvolver câncer na região. Uma amiga apresentou à Maria, o Programa Estadual de Combate ao Tabagismo, que muito ajudou a abandonar o vício definitivamente.

Após abandonar o tabagismo, a saúde da professora aposentada mudou consideravelmente, o problema na garganta desapareceu e outros sintomas que sentia. “Hoje sou uma outra pessoa, minha saúde melhorou, me sinto mais disposta e passei de 54 quilos para 64”, diz animada. Maria que resistiu por muito tempo se livrar do cigarro, mandou um recado para os que continuam fumando, que procurem se amar mais, ser perseverante que conseguirá se livrar do vício que só causa destruição.

Os benefícios para quem deixa de fumar são inúmeros, como a normalização da pressão sanguínea e pulsação, a ausência de nicotina no sangue, normalização do oxigênio no sangue, melhora no olfato, que passa a perceber melhor os cheiros e o paladar que readquire a capacidade de identificar sabores, a respiração melhora, bem como a circulação e reduz a possibilidade de desenvolver infarto.

Ambiente Livre do Tabaco

Aprovada em 2011, mas regulamentada em 2014, a Lei 12.546 proíbe o ato de fumar cigarrilhas, charutos, cachimbos, narguilés e outros produtos em locais de uso coletivo, públicos ou privados, como halls e corredores de condomínios, restaurantes e clubes – mesmo que o ambiente esteja parcialmente fechado por uma parede, divisória, teto ou toldo.

Agência Alagoas
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