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Postada em 30/05/2025 11:04 | Atualizada em 30/05/2025 11:12 | Por Todo Segundo

Vereador e médico são indiciados por corrupção em hospital de Arapiraca

Investigação aponta que vereador usava influência para driblar triagem e favorecer pacientes
Polícia Civil indicia vereador e médico por esquema de corrupção em hospital de Arapiraca - Foto: Reprodução

A Polícia Civil, por meio do 53º Distrito Policial de Arapiraca, concluiu nesta sexta-feira (30) o inquérito que apurou uma série de crimes supostamente cometidos por um vereador do município dentro do Hospital de Emergência do Agreste. O caso, que envolve desacato, injúria, difamação, corrupção ativa e passiva, além de lesão corporal dolosa, foi remetido à Justiça e aguarda análise do Poder Judiciário. Os nomes dos investigados permanecem em sigilo até decisão judicial.

De acordo com o delegado responsável pelas investigações, Edberg Oliveira, os delitos vinham se repetindo de forma sistemática. Segundo o inquérito, o vereador utilizava sua influência para levar pacientes ao hospital nos dias de plantão de um médico específico, que realizava atendimentos particulares dentro da unidade pública — prática tipificada como corrupção.

Esses pacientes driblavam a triagem obrigatória e não passavam pela classificação de risco, contrariando os protocolos do Sistema Único de Saúde (SUS) e prejudicando o atendimento emergencial de outros pacientes. A direção do hospital, ciente da situação, chegou a determinar à equipe da recepção e aos vigilantes que barrassem a entrada irregular, o que culminou em conflito entre o vereador e o vigilante na última ocorrência, registrada no dia 19 de maio.

Segundo o delegado, naquela data, o vereador tentou novamente forçar a entrada de várias pessoas, exigindo atendimento imediato, sem o devido registro ou classificação. Ao ser impedido, ele teria xingado, empurrado e ameaçado o vigilante, causando tumulto e interrompendo o atendimento por quase duas horas. O médico plantonista, que atuava de forma particular dentro da unidade pública, também insistia para que os pacientes fossem atendidos.

“Ficou constatado que este vereador utilizava-se deste conhecimento junto a este médico para se beneficiar”, declarou o delegado Edberg Oliveira. Ele ressaltou ainda que a prática reiterada de atendimentos particulares dentro do hospital público caracteriza crime de corrupção, pois favorecia interesses privados em detrimento do serviço coletivo.

O vereador foi indiciado pelos crimes de desacato, injúria, difamação, corrupção ativa e lesão corporal dolosa. Já o médico responderá por corrupção passiva. Ambos poderão ter a conduta agravada pela interrupção de serviço público essencial.

O inquérito, que foi concluído nesta sexta-feira, segue agora para o Poder Judiciário, que decidirá os próximos passos do processo. O caso evidencia o risco de uso político e indevido da estrutura pública de saúde e reforça a importância do controle social sobre o uso dos recursos do SUS.

A Polícia Civil e o Ministério Público devem acompanhar de perto os desdobramentos judiciais para garantir que a conduta não volte a se repetir. Até o momento, a direção do hospital ainda não se manifestou oficialmente sobre o caso.

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