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Postada em 26/08/2025 14:53 | Atualizada em 26/08/2025 15:02 | Por Todo Segundo

Residência é o local mais perigoso para mulheres em Alagoas

Estado registrou 17 feminicídios e 23 tentativas no primeiro semestre de 2025
Alagoas tem taxa de feminicídios quase 60% maior que a média nacional - Foto: Todo Segundo / Arquivo

O Mapa Nacional da Violência de Gênero, atualizado nesta terça-feira (26), pelo Instituto Natura, Observatório da Mulher Contra a Violência do Senado Federal e Associação Gênero e Número, revelou um cenário alarmante para as mulheres em Alagoas. Entre janeiro e junho deste ano, o estado contabilizou 17 feminicídios e outras 23 tentativas de assassinato por razões de gênero.

A taxa de feminicídios foi de 2,38 casos por 100 mil mulheres, enquanto a média nacional ficou em 1,53. O índice coloca Alagoas entre os estados com situação mais crítica e reforça o alerta para o crescimento da violência de gênero.

Assim como em todo o país, a residência segue como o espaço mais inseguro para as mulheres alagoanas. No primeiro semestre, 21 ocorrências de feminicídio ou tentativa foram registradas dentro de casa. Em seguida, vêm a área rural, com 7 casos, e a via pública, com 6 registros.

Especialistas afirmam que a centralidade do lar como local de maior risco reforça o caráter doméstico da violência de gênero. Muitas mulheres acabam sendo atacadas por parceiros ou ex-companheiros, em um ambiente onde deveriam estar protegidas.

O levantamento mostra que a arma branca (como facas e similares) foi utilizada na maioria dos casos, com taxa de 1,13 por 100 mil mulheres. Já as armas de fogo aparecem em segundo lugar, com taxa de 0,24.

O recorte etário revela que a maioria das vítimas em Alagoas tinha entre 30 e 59 anos (21 registros). Em seguida aparecem mulheres de 18 a 29 anos (14 casos). O relatório também contabilizou três vítimas com menos de 18 anos e duas idosas com 60 anos ou mais.

Quanto à raça/cor, a violência atinge majoritariamente mulheres pardas (21 vítimas). Outros registros envolvem mulheres brancas (5), pretas (3) e “outras” (3). O levantamento ainda aponta oito ocorrências sem informação racial. Não foram registrados casos entre mulheres indígenas ou amarelas no período.

Em Alagoas, apenas 19 vítimas foram identificadas como mulheres. Nos demais 21 casos, não houve registro da identidade de gênero nos boletins de ocorrência, o que evidencia falhas no preenchimento das informações oficiais.

O cenário alagoano reflete uma crise que se repete em todo o país. O Mapa aponta que o Brasil mantém, há cinco anos, a média de quatro feminicídios por dia. Só no primeiro semestre de 2025, foram 718 assassinatos de mulheres por razões de gênero.

A atualização do Mapa deve aumentar a pressão sobre os governos estadual e federal para a ampliação de políticas de enfrentamento à violência contra a mulher. Em Alagoas, organizações feministas cobram o fortalecimento das delegacias especializadas, a expansão das medidas protetivas e a criação de novas casas de acolhimento para mulheres em risco.

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