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Polícia
Postada em 20/06/2025 18:27 | Atualizada em 20/06/2025 18:47 | Por Todo Segundo

Perícia detecta material genético em revólver atribuído a Gabriel Lincoln

Delegado convoca família para coleta de material genético enquanto inquérito entra na reta final
Gabriel Lincoln Pereira de 16 anos, morreu durante ação da PM em Palmeira dos Índios - Foto: Reprodução

A investigação sobre a morte do adolescente Gabriel Lincoln Pereira da Silva, de 16 anos, ocorrida, em 3 de maio deste ano, em Palmeira dos Índios, Agreste de Alagoas, deu mais um passo importante com a revelação de um dado técnico que pode ajudar a esclarecer os fatos. Um laudo pericial confirmou a presença de material genético no revólver supostamente apreendido como sendo do menor, conforme alegam os policiais militares envolvidos na perseguição.

Durante a fuga, de acordo com a polícia, o adolescente teria sacado um revólver calibre .38 e disparado contra a guarnição, que reagiu e o baleou. A família, no entanto, contesta essa versão. Os parentes afirmam que o jovem não estava armado e questionam a proporção da ação policial.

Embora o documento não especifique se o vestígio encontrado é sangue, pele ou outro resíduo biológico, o laudo confirma que há DNA na arma. A partir dessa constatação, o delegado responsável solicitou que os pais de Gabriel comparecessem ao Instituto Médico Legal (IML) de Arapiraca para coleta de material genético e confronto com o vestígio encontrado.

O procedimento foi realizado na tarde desta sexta-feira (20), com a colaboração imediata da família, que segue firme na busca por justiça. As informações são exclusivas do Portal Todo Segundo.

O delegado responsável pelo inquérito informou a família sobre a nova etapa da investigação, mas os detalhes do laudo permanecem sob sigilo, assim como outras frentes da apuração. O caso segue sendo tratado como prioridade e com cautela pelas autoridades policiais.

Exames ainda aguardados

Além do exame genético, a comissão especial de delegados aguarda os resultados de dois laudos considerados cruciais para a conclusão do inquérito:

  • O exame residuográfico, que verifica a presença de resíduos de pólvora nas mãos do adolescente, podendo indicar se ele chegou a disparar arma de fogo antes de ser atingido.
  • O laudo balístico, responsável por analisar a arma apreendida, seu funcionamento e eventuais disparos.

Até o momento, ambos os resultados ainda não foram entregues oficialmente à Polícia Civil.

Versões divergentes

Segundo a versão dos policiais militares, Gabriel Lincoln realizava manobras perigosas em uma motocicleta e não teria obedecido à ordem de parada. Durante a perseguição, ele teria sacado um revólver e efetuado disparos contra os agentes, que reagiram e o alvejaram.

A família contesta essa narrativa. Os pais afirmam que o jovem não estava armado e denunciam a desproporcionalidade da ação policial. Um ponto que levanta ainda mais dúvidas é o fato de que a arma atribuída a Gabriel não possui registro no Sistema Nacional de Armas da Polícia Federal, o que reforça a necessidade de uma investigação minuciosa e transparente.

Investigação na reta final

Com as oitivas dos policiais militares já realizadas em Maceió, além dos depoimentos dos pais de Gabriel e de várias testemunhas, a investigação entra na fase final. A comissão especial que acompanha o caso confirmou que haverá uma reprodução simulada da ação policial — embora a data exata ainda não tenha sido definida, a simulação está prevista para o início de julho.

O Instituto de Criminalística (IC) será responsável pela parte técnica da simulação, que contará com a participação de peritos, testemunhas e representantes do Ministério Público Estadual.

Após a conclusão dessa etapa e a entrega de todos os laudos periciais, o inquérito será encaminhado ao Ministério Público de Alagoas, que analisará o caso e definirá as medidas jurídicas cabíveis.

Clamor por justiça

Desde a morte de Gabriel, o caso gerou comoção em Palmeira dos Índios e mobilizações da comunidade. Familiares, amigos e moradores cobram transparência, rigor nas investigações e punição caso haja comprovação de excessos ou irregularidades.

Enquanto o inquérito segue sob sigilo, a expectativa é que os fatos sejam esclarecidos com base em elementos técnicos e jurídicos, conforme o andamento das investigações.

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