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Polícia
Postada em 03/06/2025 16:51 | Atualizada em 03/06/2025 17:05 | Por Todo Segundo

Caso Gabriel Lincoln: policiais militares prestam depoimento em Maceió

Depoimentos ocorrem 30 dias após a morte do adolescente e longe de Palmeira dos Índios
30 dias depois, policiais militares são ouvidos longe da cidade onde Gabriel Lincoln foi morto - Foto: Reprodução

Trinta dias após a morte do adolescente Gabriel Lincoln Pereira da Silva, 16 anos, durante uma perseguição policial em Palmeira dos Índios, os três policiais militares da guarnição diretamente envolvida na ação foram ouvidos nesta terça-feira (3), em Maceió. A morte do menor ocorreu no dia 3 de maio.

A oitiva dos militares foi conduzida pelo delegado Sidney Tenório, integrante da comissão especial responsável pela investigação do caso. O procedimento ocorreu fora do município onde a maior parte da investigação já tramita, o que surpreendeu e gerou questionamentos por parte da comunidade local. A informação foi apurada com exclusividade pelo Todo Segundo, que teve acesso ao andamento do inquérito por meio de fontes na capital.

Nossa equipe buscou esclarecimentos junto às autoridades para entender os motivos da realização das oitivas em Maceió, mas não obteve resposta até o momento. A ausência de explicações oficiais tem gerado questionamentos entre familiares e moradores que acompanham o caso de perto.

Além da guarnição que realizou a abordagem direta a Gabriel Lincoln, outra equipe da Polícia Militar aparece em imagens que circulam nas redes sociais — registradas por câmeras de segurança no dia da ocorrência. No entanto, essa equipe de apoio ainda não foi oficialmente citada no inquérito nem ouvida pela comissão investigativa até o momento, segundo apuração do Todo Segundo.

Fontes próximas ao caso informam que o inquérito está em fase avançada. A previsão é de que a comissão especial de delegados finalize o relatório nos próximos dias e o encaminhe ao Ministério Público Estadual (MPE), que deverá analisar a possível formalização da denúncia para dar início ao processo criminal.

Reprodução simulada

A reprodução simulada dos fatos, solicitada oficialmente pelo advogado da família, Gilmar Torres, é o próximo passo aguardado no processo. O procedimento é considerado essencial para esclarecer os detalhes da ocorrência que resultou na morte de Gabriel Lincoln.

Segundo o advogado, a comissão especial garantiu que a reconstituição será realizada. Ainda de acordo com ele, o caso já está em tratativas avançadas com o Instituto de Criminalística do Estado, responsável pela condução técnica da reprodução simulada, que deve ocorrer em breve. Várias pessoas já foram ouvidas, inclusive os pais de Gabriel Lincoln, o que leva a crer que o inquérito caminha para sua fase final.

Relembre o caso

Gabriel Lincoln foi baleado na noite de sábado, 3 de maio, no bairro Vila Maria, em Palmeira dos Índios, após uma perseguição da Polícia Militar. A versão apresentada pelos policiais afirma que o adolescente estava realizando manobras perigosas com uma moto e não atendeu à ordem de parada, iniciando uma fuga.

Durante a perseguição, segundo os militares, Gabriel teria sacado um revólver calibre .38 e disparado contra a guarnição, que então reagiu. O jovem foi atingido, socorrido pelos próprios policiais e levado à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município, mas não resistiu aos ferimentos.

No entanto, a família de Gabriel nega a versão apresentada pelos policiais. De acordo com seus familiares, Gabriel não estava armado no momento da abordagem e a reação da polícia teria sido desproporcional.

A Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar as circunstâncias da morte de Gabriel, e uma comissão especial, composta por três delegados, foi designada para conduzir as investigações. O caso está sendo acompanhado pelo Ministério Público, com o objetivo de garantir a transparência e a legalidade das apurações.

Durante as investigações, a Polícia Científica realizou exame residuográfico no corpo do adolescente para verificar a presença de resíduos de pólvora, o que poderia indicar se Gabriel teria manuseado uma arma de fogo.

A arma apresentada, segundo os militares como sendo de posse do jovem, não possui registro no Sistema Nacional de Armas da Polícia Federal, o que levanta questionamentos sobre sua origem.

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