O clima de expectativa marcou a manhã desta quinta-feira (11) em Maceió. Os filhos do empresário Jair Gomes de Oliveira, conhecido como Grilo, chegaram juntos ao Fórum do Barro Duro para acompanhar o julgamento do fazendeiro Fernando Carlos Medeiros, acusado de ser o mandante do assassinato ocorrido em novembro de 2010, em Palmeira dos Índios, no Agreste de Alagoas.

Fernando Medeiros enfrentará o terceiro Júri Popular pelo crime. Nas duas ocasiões anteriores, foi condenado – a 18 anos de prisão em 2020 e a 17 anos e seis meses em 2023 –, mas as sentenças acabaram anuladas pela Justiça. Agora, novamente, ele volta ao banco dos réus.

“Queremos apenas a verdade”

Antes de entrar no Fórum, Thaisa, uma das filhas de Grilo, desabafou sobre a longa espera por justiça: “A justiça vem de Deus, mas a minha família precisa de uma explicação. Os amigos do meu pai precisam de uma explicação. Palmeira precisa de uma explicação. Só quem caminhou ao nosso lado nesses quase 15 anos sabe a dor e a luta que enfrentamos. Não pedimos nada além da verdade e do respeito à nossa história", disse Thaísa Freitas.

O crime

O assassinato aconteceu em novembro de 2010. Grilo foi morto a tiros em frente ao Colégio Cristo Redentor, no centro de Palmeira dos Índios, quando se preparava para assistir a uma partida de futebol com amigos. Ele foi alvejado com quatro disparos na cabeça.

Executores já condenados

Em 2014, os irmãos Rosendo, contratados para a execução, foram condenados após confessarem a participação no crime. Outros envolvidos também foram julgados:

• Manoel Araújo, conhecido como “Mané”, admitiu ter efetuado os disparos contra o empresário.

• Gilberto Bispo, o “Beto”, foi apontado como o piloto da motocicleta usada no homicídio.

Mandante no banco dos réus

Apontado pelo Ministério Público como autor intelectual do assassinato, Fernando Medeiros sempre negou participação. Mesmo assim, já foi condenado em dois julgamentos, mas conseguiu anular as decisões em instâncias superiores.

A sessão desta quinta-feira começou às 8h da manhã e deve se estender por todo o dia. A família de Grilo acompanha, mais uma vez, a tentativa de ver o acusado responsabilizado pelo crime que marcou a história de Palmeira dos Índios há quase 15 anos.