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Postada em 17/06/2025 22:11 | Atualizada em 17/06/2025 22:12 | Por Todo Segundo

Justiça inicia desocupação da antiga sede social do ASA em Arapiraca

Famílias que ocupavam o imóvel receberam auxílio-aluguel; clube ainda questiona valor pago no leilão judicial
Antiga sede do ASA foi desocupada nesta terça; Justiça concedeu imóvel ao arrematante de 2006 - Foto: Divulgação

A Justiça iniciou nesta terça-feira (17) a desocupação da antiga sede social do ASA, localizada no bairro Cacimbas, em Arapiraca. O imóvel, que durante décadas foi símbolo da história e da vida social da Agremiação Sportiva Arapiraquense (ASA), vinha sendo ocupado por famílias em situação de vulnerabilidade. A reintegração de posse foi autorizada pela juíza Luciana Josué Raposo Lima Dias, da 2ª Vara Cível do município, em favor do atual proprietário do espaço, João Jader Diógenes Tavares.

O processo de desocupação foi realizado de forma pacífica, com acompanhamento de representantes legais do arrematante e de órgãos públicos. As famílias que deixaram o local receberam da Justiça um auxílio financeiro para custear três meses de aluguel social, enquanto o Judiciário e instituições públicas buscam uma solução habitacional mais permanente para os afetados.

O terreno onde funcionava a sede social do ASA foi leiloado judicialmente em 2006 e arrematado no dia 6 de setembro daquele ano. No entanto, a disputa envolvendo a posse do imóvel se arrasta há quase duas décadas e ainda está longe de um desfecho definitivo.

Apesar da ordem judicial que garante a posse ao comprador, a direção do ASA contesta o valor pago na época do leilão, que considera muito inferior ao preço de mercado. O clube defende que ainda tem direito a uma compensação financeira em caso de revenda do imóvel.

De acordo com o vice-presidente jurídico do ASA, Michael Dantas, a desocupação foi realizada de forma respeitosa e em conformidade com a decisão judicial. Ele afirmou que o clube pretende retomar as tratativas com o atual proprietário em busca de um possível acordo. “Desde o início, nossa intenção é garantir os direitos do ASA. Consideramos que o valor pago no leilão não condiz com a realidade do imóvel, e vamos continuar dialogando para que essa questão seja resolvida de forma justa”, declarou.

O imóvel, que no passado foi palco de eventos sociais, esportivos e reuniões históricas do clube arapiraquense, encontra-se hoje em condição de abandono e descaracterizado. A desocupação reacende o debate sobre o destino de espaços públicos e comunitários que, por força de decisões judiciais, passam a integrar o patrimônio privado, muitas vezes em contextos de fragilidade social.

Enquanto a disputa segue nos bastidores jurídicos, as famílias desalojadas enfrentam agora o desafio de recomeçar. O caso chama a atenção para a urgência de políticas habitacionais mais eficazes em Arapiraca e para a preservação da memória e do patrimônio ligados ao futebol e à história da cidade.

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