Proprietários de imóveis do condomínio Graciliano Ramos, localizado no Sítio Bentivi, às margens da BR-316, em Palmeira dos Índios, Agreste de Alagoas, foram surpreendidos nesta sexta-feira (10), por uma visita técnica da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).

De acordo com relatos, os servidores da Funai estiveram no local para realizar estudos técnicos de identificação e delimitação da Terra Indígena Xukuru-Kariri, processo que pode incluir parte da área onde o condomínio foi construído. Durante a visita, alguns moradores foram notificados oficialmente.

O empreendimento, erguido em uma área que abrigou o antigo parque de vaquejada Cluvapi, já conta com diversas residências habitadas, outras em fase de construção e ainda proprietários que continuam pagando parcelas dos terrenos adquiridos junto à Construtora Camêlo, responsável pelo loteamento.

A notícia da ação da Funai causou preocupação e insegurança entre os compradores. Muitos afirmaram temer perder os investimentos feitos na compra e construção das casas. “A gente comprou de boa-fé, com promessa de legalização. Agora estamos com medo de perder tudo”, desabafou um dos moradores, que preferiu não se identificar.

Até o momento, a Construtora Camêlo não se pronunciou oficialmente sobre o caso. 

A Funai também não divulgou detalhes sobre o estágio dos estudos nem confirmou se o condomínio está de fato dentro dos limites reivindicados pela comunidade Xukuru-Kariri.

O processo de demarcação de terras indígenas é previsto pela Constituição Federal e envolve diversas etapas, como levantamentos históricos, antropológicos, fundiários e ambientais. Até a conclusão e homologação, os resultados ainda são considerados preliminares.

Enquanto isso, os moradores do condomínio Graciliano Ramos aguardam orientações oficiais e esclarecimentos sobre a situação jurídica e fundiária dos imóveis.