Alagoas aparece entre os três últimos colocados no Índice Brasil de Inovação e Desenvolvimento (Ibid), divulgado nesta terça-feira (02) pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). Em uma escala de 0 a 1, o estado registrou nota 0,148, ficando em 3º lugar, à frente apenas de Maranhão (0,127) e Acre (0,122).

Na outra ponta da lista, São Paulo lidera com folga, alcançando 0,872 pontos — quase três vezes acima da média nacional, que é de 0,296. Além dos paulistas, outros cinco estados superaram esse índice: Santa Catarina (0,449), Paraná (0,413), Rio de Janeiro (0,410), Rio Grande do Sul (0,398) e Minas Gerais (0,368).

O resultado reforça as dificuldades de Alagoas em avançar na área de inovação e tecnologia, diante de limitações como baixo investimento em pesquisa, carência de mão de obra qualificada, fragilidade na infraestrutura tecnológica e dificuldade de acesso a crédito e capital de risco.

Apesar do resultado ruim, o INPI destaca que Alagoas está entre os sete estados que reduziram a distância em relação a São Paulo nos últimos dez anos, mostrando sinais de uma melhora gradual, ainda que insuficiente para mudar de posição no ranking.

Na divulgação do índice, o economista-chefe do INPI, Rodrigo Ventura, destacou que há um processo de desconcentração da inovação no país.

“A inovação deixou de ser exclusividade dos grandes centros e se espalhou para outras regiões, atraindo investimentos e impulsionando novos negócios. Estamos vendo o avanço do empreendedorismo e o surgimento de polos de startups em todo o Brasil, fortalecendo esse processo de desconcentração produtiva”, afirmou.

Mesmo com essa tendência nacional, Alagoas ainda não conseguiu avançar no mesmo ritmo que estados como Santa Catarina e Paraná, que escalaram posições expressivas nos últimos dez anos.

O Ibid é inspirado no Índice Global de Inovação (IGI), elaborado pela Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI). Na edição de 2024, o Brasil ficou em 50º lugar entre 133 países — uma queda em relação a 2023, quando ocupava a 49ª posição. Ainda assim, o país aparece como o melhor da América Latina, à frente de Chile (51º) e México (56º).

O levantamento considera pilares como instituições, capital humano, infraestrutura, negócios, conhecimento, tecnologia e economia criativa. São analisados aspectos relacionados a crédito, educação, ambiente regulatório, sustentabilidade, ativos intangíveis e criação de conhecimento.

Analistas defendem que, para sair da última faixa do ranking, Alagoas precisa intensificar políticas públicas voltadas à inovação, ampliar investimentos em educação tecnológica e criar um ecossistema mais favorável para startups e empreendedores. O desafio é transformar os avanços ainda discretos em resultados capazes de impulsionar o desenvolvimento econômico e social do estado.