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Alagoas
Postada em 04/09/2025 22:02 | Atualizada em 04/09/2025 22:26 | Por Todo Segundo

“Não cheguei sozinha”; diz Marluce Caldas ao tomar posse no STJ

Marluce Caldas assume vaga no STJ e defende Justiça mais humana e acessível
Alagoana Marluce Caldas é empossada no STJ e promete Justiça mais humana - Foto: Emerson Leal / STJ

O Brasil e Alagoas viveram um momento histórico nesta quinta-feira (4). A alagoana Maria Marluce Caldas Bezerra tomou posse como ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ), tornando-se a primeira mulher do Estado a ocupar uma cadeira na Corte. A cerimônia ocorreu em Brasília e foi marcada por emoção, simbolismo e representatividade.

Indicada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Marluce Caldas assume a vaga deixada pela ministra Laurita Vaz, aposentada em outubro de 2023. Com uma trajetória de quase 40 anos no Ministério Público de Alagoas (MPAL), onde ingressou em 1986, ela leva para o STJ a experiência de quem atuou de perto nas realidades mais desafiadoras do interior nordestino.

Logo após ser empossada, Marluce destacou o significado da sua chegada à Corte e ressaltou o papel das mulheres no Judiciário. “Não cheguei sozinha”: É a presença das mulheres, da mulher no esporte, das mulheres na carreira jurídica e principalmente no Ministério Público dos Estados. Quero mostrar que nós podemos chegar e que elas tenham em mim a inspiração”, afirmou.

A nova ministra fez questão de destacar a importância do apoio recebido ao longo da carreira: “Eu não cheguei sozinha. Trabalhei muito, mas também contei com ajuda e convivência. O que mais falta às mulheres não é competência, porque somos competentes, mas sim apoio.”

Orgulhosa de sua origem, Marluce lembrou os dez anos em que atuou no interior alagoano, onde enfrentou dificuldades como a falta de água, energia e saneamento.

“Minha vida no Ministério Público foi marcada pela defesa de políticas públicas, para que as pessoas tenham acesso à justiça, dignidade e melhores condições de vida. Tenho certeza de que, pela minha experiência, poderei contribuir para uma justiça mais acessível, mais humana e mais voltada para todos os brasileiros”, disse.

Marluce integrará a 5ª Turma Penal do STJ, responsável por julgar temas de grande impacto social. Ela reforçou sua dedicação ao Direito Penal como instrumento de defesa da sociedade e proteção da dignidade humana.

“Quero olhar especialmente para as crianças, as mulheres, os jovens vulneráveis, vítimas do tráfico. O Direito Penal é o último recurso, mas também aponta caminhos para programas sociais.”

Marco para Alagoas 

A posse de Marluce Caldas não é apenas uma conquista pessoal. Ela representa um marco para Alagoas, que pela primeira vez tem uma mulher entre os ministros do STJ, e reforça a importância da diversidade de gênero e origem social nos espaços de decisão do Judiciário brasileiro.

“Se cuidarmos bem da primeira infância, se tivermos apoio às mulheres, às mães solo, vamos reduzir a violência e construir um país mais humano e mais feliz”, concluiu a ministra, em um discurso que emocionou familiares, colegas e autoridades presentes.

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