Em uma ação coordenada que surpreendeu moradores de diversos bairros de Maceió na manhã desta quarta-feira (7), as forças de segurança pública de Alagoas deflagraram a Operação Delivery, voltada para o combate a um esquema sofisticado de tráfico de drogas sintéticas, venda clandestina de medicamentos controlados e falsificação de documentos médicos.

Com uma logística baseada em aplicativos de entrega e uso dos Correios, o grupo criminoso mascarava os produtos ilegais como encomendas comuns, operando uma rede que se espalhava por diversos pontos da capital. A operação cumpriu 24 mandados de prisão e 14 mandados de busca e apreensão nos bairros Benedito Bentes, Antares, Santa Lúcia e Cidade Universitária.

Sob a liderança da Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), comandada por Flávio Saraiva, a operação cumpriu 24 mandados de prisão e 14 de busca e apreensão nos bairros Benedito Bentes, Antares, Santa Lúcia e Cidade Universitária. O trabalho foi resultado de meses de investigação liderada pela Diretoria de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco), com suporte da Diretoria de Inteligência da Polícia Militar.

Segundo os investigadores, os criminosos atuavam de forma estratégica, aproveitando-se da aparência de normalidade dos serviços de entrega para traficar drogas como ecstasy, LSD, haxixe e skunk, além de medicamentos tarja preta sem receita. Para ampliar os lucros, também fabricavam e vendiam atestados médicos falsos, atingindo tanto o setor público quanto o privado com documentos fraudulentos.

Ao todo, oito pessoas foram presas em flagrante até o início da tarde. Durante as ações, foram apreendidos diversos materiais ilícitos, incluindo uma arma de fogo, quantidades significativas de drogas, e documentação usada na falsificação de atestados médicos. A Polícia acredita que mais integrantes da quadrilha possam ser identificados nas próximas etapas da investigação.

A operação mobilizou unidades especializadas da Polícia Militar, como o BOPE, CPChoque, ROTAM, BPTran e BPRv, além das forças da Polícia Civil, como o TIGRE, OPLIT, DNARC e o próprio Dracco. Órgãos de fiscalização como a Vigilância Sanitária de Maceió e o Departamento Estadual de Aviação também deram apoio técnico às ações.

De acordo com o delegado Gustavo Xavier, coordenador da Dracco, o uso de delivery como fachada representava um novo padrão de atuação do crime organizado. "A ideia era passar despercebido, inclusive em áreas com forte presença policial. As drogas vinham embaladas como se fossem alimentos, cosméticos ou produtos eletrônicos", destacou.

O secretário Flávio Saraiva ressaltou que o objetivo da operação foi não apenas prender os envolvidos, mas desarticular toda a cadeia logística do grupo criminoso. “Essa ação mostra que estamos atentos às novas formas de atuação do crime. A população pode confiar que estamos trabalhando para garantir a segurança e a ordem”, afirmou.

A SSP divulgou imagens e vídeos da operação em andamento em suas redes sociais. Um dos vídeos mostra agentes entrando em residências com mandados judiciais em mãos e apreendendo caixas de medicamentos escondidos em fundos falsos de mochilas de entregadores.

As investigações continuam, e a Polícia alerta que os receptadores e usuários desses produtos também podem responder criminalmente, inclusive por associação ao tráfico e receptação de produto ilegal.