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Polícia
Postada em 18/07/2025 22:43 | Por Todo Segundo

Polícia Científica descarta falha mecânica em acidente na Serra da Barriga

Possibilidade de causas ambientais também já havia sido afastada em análises anteriores
Resultado da perícia complementar relacionada ao grave acidente foi apresentado nesta sexta (18) - Foto: Ascom

As Polícias Científica e Civil de Alagoas apresentaram, nesta sexta-feira (18), o resultado da perícia complementar relacionada ao grave acidente ocorrido na Serra da Barriga, em União dos Palmares, que matou 20 pessoas e deixou dezenas de feridos. O laudo emitido pelos peritos criminais Marcelo Velez e Nivaldo Cantuária descartou a hipótese de falha mecânica no ônibus como causa determinante da tragédia.

O trabalho da Polícia Científica começou no dia do acidente, 24 de novembro de 2024. Onde, de imediato, já se identificava a complexidade do caso, tanto pela da quantidade de vítimas, quanto pelo local de difícil acesso ao veículo. Com a impossibilidade de realizar a perícia mecânica nessa área, foi necessário aguardar a remoção para um local seguro.

Os peritos criminais explicaram que a remoção do veículo seria um processo extremamente complexo, diante da declividade do terreno e da quantidade de pedras no caminho, sendo necessário o seccionamento desse veículo em duas partes para que o içamento fosse possível.

Autorizada pelos peritos, a divisão não trouxe nenhum prejuízo à análise pericial, pelo contrário, até facilitou o acesso a algumas peças durante o exame pericial realizada no Pátio de Custódia da Polícia Civil, no município de Rio Largo.

“Fizemos toda desmontagem e avaliação das peças e não encontramos nada que tivesse fora do normal. Os seis pneus eram novos e estavam perfeitos. A parte do sistema de freio, dos tambores e de engrenagem de transmissão também foram analisados e verificamos que não havia nada fora do normal, colocaborando então com a finalização da perícia, verificando que não havia nenhum defeito mecânico no ônibus”, disse Cantuaria.

“Como já havia sido descartada a morfologia da pista, causa ambiental, como causa determinante do acidente e, agora, a falha mecânica, sobra a questão de condução. Como não foi constatada nenhuma folga, nenhum quebramento, nenhuma inadequação dos sistemas, então, resta apenas afirmar que o fato aconteceu por imperícia ou por motivação pessoal do condutor”, afirmou Marcelo Velez.

O chefe especial do ICM, Charles Mariano, explicou que o trabalho pericial contou ainda com a ajuda de peritos engenheiros mecânicos e outros que contribuíram com a sua experiência.

“O objetivo do Instituto Criminalista é buscar a verdade dos fatos para apresentar para a sociedade. E nesse contexto eu vou passar a palavra para os peritos. A nossa equipe trabalhou arduamente durante vários dias, debaixo de sol e chuva, para conseguir acompanhar, manter a cadeia de custódia dos vestígios e conseguir realizar um trabalho que esclareceu os fatos”.

Inquérito Policial

O delegado Guilherme Iusten explicou que agora, com o resultado da perícia, a principal linha de investigação passa a ser o fator humano, mais especificamente um possível erro de condução, por imperícia ou até a própria imprudência do motorista.

Para ele, diante dos fatos, dos depoimentos das testemunhas e das vítimas sobreviventes, e os resultados de todas as perícias que descartou a falha mecânica, trata-se de uma ocorrência de homicídio culposo.

“Agora, a responsabilidade criminal recairia sobre o motorista, mas como ele veio a falecer não tem mais a quem se responsabilizar, o processo criminal fica extinto e remanesce para as vítimas agora ingressarem em juízo para conseguir algum tipo de indenização por danos materiais ou morais dos entes que faleceram, como também dessas pessoas que sobreviveram,” explicou o delegado.

Trabalho integrado

A perita-geral Rosana Coutinho destacou a integração e os esforços coletivos das instituições das forças de segurança no caso. Ela agradeceu a mobilização e a participação de todos os envolvidos na ocorrência, desde do dia da tragédia, da retirada do ônibus, finalizando agora com a pericia final.

No dia do acidente, equipes da Polícias Científica dos cinco Institutos, Polícias Civil, Militar, e do Corpo de Bombeiros atuaram na Serra da Barriga. Houve uma força-tarefa no IML de Maceió, formada por peritos médicos legistas, peritos odontolegistas, técnicos forenses e papiloscopistas, que possibilitatam a identificação e liberação dos corpos, após os exames de necropsia.

“Eu quero agradecer a participação de todos os envolvidos, principalmente aos policiais científicos que atuaram diretamente na ocorrência. Agradeço também a participação do DRE e Corpo de Bombeiros que auxiliaram na remoção do ônibus. Quero parabenizar o resultado do trabalho pericial, essencial para trazer a verdade dos fatos”, declarou a perita-geral.

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