A Polícia Federal em Alagoas realizou, na manhã desta sexta-feira (4), uma ação de busca e apreensão na capital durante a Operação Nuremberg, que investiga a disseminação de símbolos nazistas e discursos de ódio por meio de um perfil anônimo em rede social.

De acordo com a PF, as postagens foram identificadas no início deste ano e continham imagens e mensagens que exaltavam o regime nazista, infringindo a legislação que criminaliza práticas de racismo e discriminação. A partir da análise detalhada de dados cibernéticos, os agentes localizaram o responsável pela criação e administração da conta, um morador de Maceió.

Com autorização da Justiça Federal, equipes da Delegacia de Repressão aos Crimes Cibernéticos apreenderam computadores, celulares e outros materiais utilizados para a divulgação dos conteúdos ilícitos. Os equipamentos agora serão submetidos a perícia técnica para aprofundar as investigações.

A investigação apura possível infração ao artigo 20, §1º, da Lei 7.716/89, que trata dos crimes resultantes de preconceito de raça ou cor. A veiculação de conteúdos racistas pela internet é considerada grave e pode ser punida com pena de 2 a 5 anos de reclusão. Além disso, a Constituição Federal estabelece o racismo como crime inafiançável e imprescritível, reforçando a intolerância zero do Estado diante dessas práticas.

O nome da operação faz referência aos Julgamentos de Nuremberg, realizados entre 1945 e 1946 na Alemanha, quando líderes do regime nazista foram condenados por crimes de guerra e contra a humanidade. A ação da Polícia Federal reforça o compromisso em combater manifestações que incentivam o ódio e ameaçam os direitos humanos no Brasil.