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Postada em 17/09/2025 10:08 | Atualizada em 17/09/2025 15:41 | Por Todo Segundo

“Achei que ele estava na África”; diz pai de piloto morto em queda avião em AL

Ray Clark disse não acreditar que Timothy estivesse envolvido em tráfico internacional
Piloto Timothy Clark tinha histórico como diretor de empresas na Austrália - Foto: Reprodução

O choque de um pai australiano deu um tom ainda mais dramático à queda do avião que transportava cocaína em Coruripe, no Litoral Sul de Alagoas. Ray Clark, morador da região de Melbourne, descobriu pela imprensa britânica que seu filho, Timothy James Clark, de 46 anos, era o piloto da aeronave que caiu no último domingo (14). Atônito, ele afirmou acreditar que o filho estava vivo e morando na África do Sul, sem imaginar que Timothy estaria envolvido em um esquema de tráfico internacional de drogas.

“Tenho um filho chamado Tim, mas ele está na África do Sul. Ele tem licença de piloto, mas não voa. Ele só tem licença de aprendiz”, disse Ray, visivelmente surpreso. “Eu não sabia de nada. Imaginei que as autoridades me informariam. Provavelmente há muitos Tim Clarks por aí”, completou.

A identidade de Timothy foi confirmada pelas autoridades brasileiras através de documentos encontrados entre os destroços, incluindo uma carteira de motorista australiana e cartões de clubes da África do Sul. O caso rapidamente chamou atenção internacional, principalmente pelo volume de drogas encontrado na aeronave.

Avião transportava 200 kg de cocaína

Segundo a Polícia Militar, o avião caiu por volta das 13h30. Dentro da aeronave foram encontrados aproximadamente 200 quilos de cocaína, além de alimentos importados e equipamentos improvisados para reabastecimento em voo, indicando que o avião estava preparado para percorrer longas distâncias sem escalas.

Os pacotes de droga traziam o selo “SpaceX”, utilizado por traficantes como marca de identificação. A aeronave, modelo Sling 4, foi registrada na África do Sul em janeiro de 2023 e depois transferida para a Zâmbia. Registros indicam que o avião já havia sido fotografado no Brasil em 2023, cerca de 400 km ao norte do local da queda.

Do mundo financeiro ao crime internacional

Timothy Clark tinha carreira reconhecida no meio financeiro australiano, atuando como diretor e secretário de empresas de investimento, como Stock Assist Group Pty Ltd e Bluenergy Asia Pty Ltd. A notícia de que estaria pilotando um avião carregado de drogas caiu como uma bomba para a família e conhecidos.

Diplomacia e investigação

O Departamento de Relações Exteriores e Comércio da Austrália confirmou estar ciente da morte do cidadão e informou que a embaixada em Brasília mantém contato com autoridades brasileiras. Até o momento, não há confirmação sobre quando a família foi notificada oficialmente.

A Polícia Federal conduz a investigação como tráfico internacional de drogas, sem detalhes sobre a origem e o destino do voo, já que o plano de voo não foi registrado junto às autoridades brasileiras.

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