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Valdenice Guimarães

Sobre o autor

Valdenice Guimarães: É Psicóloga Comportamental, Historiadora, Escritora, Palestrante, Psicóloga especialista em Terapia de Casal. Pós-graduada em Teorias e Técnicas Comportamentais: Educação, Pesquisa e Terapia. CRP/153816
Postada em 28/02/2019 17:11

Eletrochoque

 O indivíduo tem habilidades para perceber o que está acontecendo no ambiente, no qual está inserido. As habilidades de ver; ouvir; sentir; saber onde estar e também lembrar onde esteve, depende do sistema nervoso central que controla e coordena as funções corporais, permitindo que o corpo responda e aja sobre o meio ambiente.
Isso quer dizer que todas as nossas sensações; sentimentos; pensamentos; respostas motoras e emocionais; o funcionamento da memória; as causas das doenças mentais e qualquer outra função ou disfunção do cérebro humano, não poderiam ser compreendidas sem o conhecimento do processo de comunicação entre as células nervosas, às quais chamamos de neurônios. Estes, coletam continuamente informações sobre o estado interno do organismo e de seu ambiente externo, avalia essas informações e coordena atividades apropriadas à situação e às necessidades atuais da pessoa. Fazem isso através de impulsos nervosos. Os impulsos nervosos, podem passar de uma célula à outra, criando assim uma cadeia de informações, dentro de uma rede de neurônios.
Dois tipos de fenômenos são envolvidos no processamento do impulso nervoso: os elétricos e os químicos. Os eventos elétricos, propagam o sinal dentro de um neurônio. Os eventos químicos, transmitem o sinal de neurônio à outro, ou para uma célula muscular. O processo químico de interação entre os neurônios e entre os neurônios e células efetoras, acontecem na terminação do neurônio, em uma estrutura chamada sinapse. Quando tudo funciona adequadamente, as comunicações internas acontecem sem que sequer o sujeito tenha consciência delas. Porém, em algumas pessoas esse processamento acontece de forma inadequada, ou seja, ocorre uma atividade excessiva e anormal das células cerebrais, causando problemas.
Nesse momento, ocorre uma atividade elétrica anormal do cérebro. Essa atividade anormal pode passar despercebida ou, em casos mais graves, pode produzir uma alteração ou perda de consciência, acompanhada de espasmos musculares involuntários, chamada de crise convulsiva que varia em duração e gravidade, podendo ser um evento único ou acontecer repetidas vezes.
Além da convulsão temos também problemas ligados à epilepsia, à comportamentos extremamente ansiosos que tiveram uma melhora comprovada cientificamente com o eletrochoque, hoje, uma técnica chamada de convulsoterapia.
O eletrochoque, é um procedimento validado, aprovado e utilizado pelo Conselho de Medicina e que tem uma base de investigação e tecnologia, de doutores estudiosos na parte técnica/científica que comprovam a validade do processo.
A aplicação do eletrochoque, não ocorre mais nos moldes dos hospitais psiquiátricos do passado, até porque eles nem existem mais. Hoje, o paciente é anestesiado; recebe um relaxante muscular; oxigenação; monitores cardíacos e cerebrais e de pressão arterial. Depois são colocados dois eletrodos na parte frontal da cabeça, onde são aplicados impulsos elétricos.
Como exemplo da eficácia desse procedimento, temos o desfibrilador cardíaco, que por meio de descargas elétricas no coração de pessoas com arritmia ou parada cardíaca, consegue reanimar o sujeito. Este procedimento já salvou a vida de muitas pessoas. Hoje, no Brasil, há leis municipais e estaduais que recomendam a presença de um desfibrilador para aglomerações a partir de 1.000 pessoas ou circulação média diária de 3.000 ou mais pessoas. Portanto, o desfibrilador é essencial em grandes eventos, inclusive, em estádios de futebol. Os profissionais que fazem parte do departamento médico dos clubes de futebol são unânimes em afirmar que é absolutamente necessário um desfibrilador em todo campo de futebol. Para eles, é uma questão de vida ou morte.
Portanto, não podemos negligenciar uma tecnologia eficaz, por conta de uma ideia do passado. Além disso, devemos evitar reproduzir discursos ou críticas preconceituosas sem fazer uma avaliação da validade e da evolução dos procedimentos metodológicos, com base em investigação e comprovação técnica/científica.
Burrhus Frederic Skinner afirma: Não considere nenhuma prática como imutável. Mude e esteja pronto a mudar novamente. Não aceite verdade eterna. Experimente.
Segundo esse mesmo teórico, a ciência é uma disposição de aceitar os fatos mesmo quando eles são opostos aos desejos. Por isso, que ciência avança e se aprimora sempre.
Façamos segundo a citação Skinner e teremos a possibilidade de evoluirmos enquanto seres humanos.
Avancemos!

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