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Paulo Marcello

Sobre o autor

Paulo Marcello Tavares - Natural de São Paulo (SP), é radialista profissional (locutor e repórter) desde 1988, além de apresentador e animador de eventos, mestre de cerimônias e DJ. Reside em Arapiraca (AL), onde apura os bastidores da política alagoana.
Postada em 18/01/2023 18:58 | Atualizada em 18/01/2023 19:00

Alagoanos se revoltam ao verem patrocínio da Braskem no BBB 23

Empresa é responsabilizada pelo maior desastre geológico em área urbana no mundo
Patrocínio da Braskem gerou revolta do público de Alagoas - Foto: Twitter

Telespectadores alagoanos se revoltaram após perceberem que a Braskem é uma das patrocinadoras do reality show Big Brother Brasil (BBB23) exibido pela TV Globo e MultiShow. A petroquímica é responsabilizada pelo afundamento de vários bairros na capital alagoana que deixou milhares de pessoas sem residência.

Mais de 14 mil imóveis foram condenados em cinco bairros de Maceió: Pinheiro, Bom Parto, Mutange, Bebedouro e Farol. Após décadas de mineração, parte da capital alagoana passa por um lento processo de afundamento do solo que abre rachaduras em ruas, prédios e casas.

As perfurações feitas pela empresa teriam gerado falhas e crateras, e muitas casas da região apresentaram rachaduras e afundamentos. A Braskem fez um acordo com as comunidades atingidas, mas o valor pago, segundo entidades que representam as famílias, não seria suficiente para adquirir outro imóvel, o que a empresa nega. Cerca de 60 mil pessoas foram obrigadas a abandonarem suas residências e seus negócios.

Indignação

Nas redes sociais uma pessoa questionou: ''será a mesma empresa que acabou com alguns bairros de Maceió? povo sem casa e o patrocínio rolando solto no BBB''. Outra responde ''Sim, a própria... Até hj famílias lutam na justiça por direitos de ter uma casa própria'', finaliza.

"O #BBB23 tem trazido o patrocínio da Braskem, com o discurso de 'sustentabilidade'. A empresa foi responsável pelo desaparecimento dos bairros de Pinheiros, Mutange, Bebedouro e Bom Parto em Maceió, por causar o afundamento do solo pela extração de sal-gema na região", reclamou outro alagoano.

Desastre

A situação enfrentada pelos moradores de Maceió é considerada pelo Observatório da Mineração como “o maior desastre geológico em área urbana em andamento no mundo”. Em maio de 2019, relatório produzido pelo Serviço Geológico e Mineralógico do Brasil responsabilizou a mineração de sal-gema feita pela petroquímica pelos danos à integridade estrutural de propriedades na capital alagoana.

Em consequência da mineração de sal-gema, bairros inteiros de Maceió foram destruídos e forçaram mais de 55 mil pessoas a deixarem suas residências. Representantes dos atingidos pelo desastre ambiental acompanharam a audiência na sede da empresa em Rotterdam, na Holanda. Para os moradores que movem a ação contra a Braskem, levar o caso àquele país é um caminho para tentar obter justiça.

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