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Luan Moraes

Sobre o autor

Possui graduação em História pela Universidade Estadual de Alagoas, especialização em Gestão e Coordenação Pedagógica pela Faculdade São Tomás de Aquino e mestrado em História Social pela Universidade Federal de Alagoas.
Postada em 08/09/2024 16:35 | Atualizada em 08/09/2024 16:36

A Geração Z: os zumbis do mundo informatizado

A juventude sufocada pelas telas e pelas redes sociais
Na minha opinião... - Foto: Professor Luan Moraes

Caro(a) colega professor(a),


Parafraseando a música interpretada pela cantora Malu Magalhães, "estou ficando velho e louco". Porque, não me acostumei com certos hábitos e imposições culturais dessa geração de jovens. É como tentar entender a linguagem dos alienígenas, só que com muito mais memes e emojis.

Você consegue lembrar do tempo em que os alunos vinham para a aula com um bom livro debaixo do braço? Hoje, eles vêm com um smartphone na mão, mais conectados ao mundo virtual do que ao real. E não adianta pedir para desligarem, é como pedir para um peixe parar de nadar.

A famosa "educação positiva" virou uma espécie de manual para pais criarem mini-influencers. Resultado? Crianças mimadas que acham que o mundo gira em torno delas e que qualquer crítica é um ataque pessoal. Já tentaram explicar para um aluno de 5 anos que não se pode ter tudo o que quer na hora que quer? É como tentar ensinar física quântica para um cachorro.

Algumas atitudes e situações são inaceitáveis e, até mesmo absurdas, pelo menos para mim, um professor de história com alguma experiência em sala de aula. E olhe, que não sou nenhum velho, eu nem cheguei aos trinta.

Na sala de aula, a situação não é nada fácil. Os alunos interrompem a aula a cada 5 segundos para checar as redes sociais, responder mensagens e jogar games. E se você tentar tirar o celular deles, prepare-se para ser bombardeado com argumentos do tipo "Mas, professor, eu preciso disso para estudar!".

Em nome de uma suposta saúde mental, ou do desenvolvimento integral da criança, os seus genitores já não dão broncas, nem querem lhes castigar quando cometem erros e desvios de caráter. Antes, preferem acolher. Isso não está totalmente errado, mas tem-se confundido educação positiva com permissividade excessiva e isso gera, na maior parte dos casos, falta de educação, de senso de responsabilidade e ignorância.

E não para por aí. Os jovens de hoje são especialistas em questionar tudo e todos. "Por que temos que aprender isso?", "Isso vai cair na prova?", "Mas pra que serve isso na vida real?". Sinceramente, às vezes até eu me pego pensando: "Boa pergunta, jovem Jedi!".

Não que eu seja a favor de formas violentas de educação. Mas, a verdade precisa ser dita e, por mais que tenhamos uma mentalidade "moderna", não sejamos hipócritas: a criança e o adolescente precisam de limites.

Nessa fase da idade, os seres humanos ainda estão em formação. Ou seja, seu corpo ainda não está completamente desenvolvido e o intelecto também está em constante construção. Então, os pais devem, ou ao menos deveriam, desde cedo, se preocupar com que tipo de ser humano estão lidando e ainda, como este indivíduo vai se comportar longe da presença dos seus responsáveis, pois o que mais ocorre é o desrespeito.

Sim. Desrespeito. Pelo outro, pelos mais velhos, pelo professor. Uma verdadeira desgraça social. Crianças e jovens já não querem ter responsabilidades. Enfiam a cara nas telas dos smartphones, em qualquer lugar. No culto, na missa, na aula. Para eles não existem pessoas dignas de respeito. Na sala de aula, interrompem constantemente o professor, com as mais inúteis besteiras. Na missa, o padre explica e nada lhes entra na cabeça. Vão para o culto e não prestam atenção.

Claro que existem exceções, mas hoje, o que predomina é este comportamento absurdo, sinal de uma educação deficiente. Por sinal, os pais têm perdido a mão mesmo. Os limites não existem. Os jovens mal-educados de hoje, foram crianças mimadas acostumadas a ter tudo o que queriam na hora que queriam.

Muitos desses jovens, são resultado direto da educação que seus pais tiveram. A geração de pais, mais acostumada a limites, que passaram por duros castigos de seus pais, mas, com razão, não desejam o mesmo para seus filhos. Mas é aí que eu tenho um ponto.

Os ser humano precisa aprender pelo erro e pelas consequências deste erro. É isso, que tem se tornado a raiz dos nossos problemas. As crianças não são expostas às consequências de seus erros e então não sabem lidar com a perda. Por isso, para que não se traumatizem, os pais lhes dão brinquedos, smartphones e diversão, sem que mereçam.

Se fala muito em saúde mental, mas ninguém se preocupa verdadeiramente com isso. Me parece mais uma fachada, pintada de branco, para encobrir os buracos e as definições da educação familiar.

O que nos resta, como profissionais da educação, é o sofrimento diário, do péssimo comportamento, da falta de interesse, da vontade de morrer ou de sumir.

E aí, colega, você se identifica com essa realidade? Compartilhe suas experiências e dicas para sobrevivermos a essa geração Z.

Afinal, se não nos adaptarmos, ficaremos loucos.

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