ReproduçãoLuighi, atacante do Palmeiras

Mais um caso isolado ou apenas a naturalização de um crime?

O atacante Luighi do Palmeiras sofreu insultos racistas no jogo contra o Cerro Porteño. A partida era válida pela Libertadores Sub-20, realizada no Paraguai. Além dos insultos, o garoto de 18 anos recebeu cusparadas dos criminosos que estavam na arquibancada.

Após a partida, o atleta concendeu entrevista bem abalado e emocionado. Mesmo com o repórter mostrando muita omissão, sem querer perguntar sobre o ocorrido, o jogador fez o seguinte questionamento: "até quando isso vai acontecer?".

A joia palmeirense ainda cobrou a CONMEBOL e CBF para que medidas fosse tomadas.

Farei a mesma pergunta do Luighi para continuar com o texto: até quando?

Atacar e chamar alguém de macaco, é uma das várias acões violentas que o racismo produz. É a tentativa de diminuição do ser humano para um ser irracional, um animal. É algo asqueroso, além disso, é crime.

Não precisamos ir muito longe para entendermos toda complacência destes dois meios tão análogos. Nosso país, o Brasil, é um dos mais racistas do mundo. Mesmo que algumas pessoas tentem de alguma forma apagar esta verdade. Ou que outras tratem - com toda ignorância e imbecilidade - como 'mimimi'.

Historicamente falando, o Brasil teve a sua economia ligada ao trabalho escravo por 388 anos. Além disso, o país foi um dos que mais receberam africanos escravizados (entre mulheres, homens e crianças foram 4 milhões) e ainda foi o último país das Américas a aderir a abolição, em 1888.

Leis foram criadas para que os africanos libertos não pudessem ter direiito a educação, moradia, cidadania e humanidade. O povo preto foi jogado à própria sorte, sem direito, desumanizado, marginalizado e diminuído. 

A estrutura montada pelo Estado fez com que essas pessoas vivessem à margem da sociedade, gerando probreza, problemas sociais etc. Através disso, essa questão racial trouxe para o negro no brasil, lugares de subalternidade e servidão. Não houve nenhuma reparação. O modus operandi é atemporal.

Então, percebam, como algo estrutural poderia não estar inserido num esporte popular?

O que causa indignação, são comportamentos de naturalização, negligência e permissividade de instituições, clubes e atletas. Preferem ter ações vazias como placas publicitárias ou hashtags lançadas que não servem absolutamente para nada ao invés de terem movimentos efetivos.

De igual maneira, há legitimidade diante de atos que não são coibidos e punidos de forma severa., m máxima da sensação da impunidade. Por isso que, enquanto não houver movimentos sérios para reprimir e punir quem quer que seja, todo esse mal vai continuar. Como acontece na sociedade.

O caso do garoto Luighi não foi o primeiro e nem será o último. Pois sabemos que pouco será feito, infelizmente. O que mostra que assim como a sociedade, o mundo do futebol é racista.

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