O alagoano José Aprigio (Podemos), ex-prefeito de Taboão da Serra, na grande São Paulo, pagou R$ 85 mil pelo fuzil usado na falsa tentativa de homicídio contra ele durante a campanha eleitoral municipal, em outubro de 2024. Ele natural de Palmeira dos Índios, e tio do prefeito de Minador do Negrão, Josias Aprígio (MDB).
De acordo com o Ministério Público Estadual de São Paulo, além disso, seus secretários participaram da negociação que daria R$ 500 mil para cinco atiradores e comparsas. As informações fazem parte da colaboração premiada que um dos três presos no caso na “Operação Fato Oculto”, fez com o (MPE/SP).
"José Aprigio queria contratá-los para 'dar um susto' nele, a fim de chamar a atenção da mídia e poder alavancar a candidatura à prefeitura municipal", informa o que o preso colaborador falou num trecho do documento ao qual tivemos acesso.
Durante uma coletiva de imprensa, a Polícia Civil de Taboão da Serra afirmou que, depois de quatro meses de investigação, tem indícios de que o atentado contra José Aprígio (Podemos), ex-prefeito de Taboão da Serra, foi articulado pelo próprio grupo político dele, mas que ainda não tem provas de que o ex-prefeito sabia da trama.
“Ainda não temos provas de que o ex-prefeito sabia do atentado, estamos investigando, mas houve uma montagem daquela situação para que aquilo pudesse ter uma reversão do aspecto político”, afirmou o delegado Hélio Bressan.
Segundo a polícia, os executores do crime já foram identificados. Um está preso e os outros dois foragidos. A operação deflagrada na segunda-feira (17), teve como alvos os mandantes do crime. Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão e 3 de prisão.
Durante a operação, os agentes apreenderam armas na casa do ex-secretário de Taboão e irmão do ex-prefeito, Valdemar Aprígio. Ele foi preso em flagrante por porte ilegal de armas.
Na casa do ex-prefeito, os agentes encontraram 300 mil reais em espécie. Aprígio disse que o dinheiro é declarado. A polícia está investigando.
Outro alvo da operação foi o sobrinho do ex-prefeito, Cristian Lima Silva, que já foi investigado pela polícia de Alagoas por forjar um ataque contra si em 2020. Ele é um dos principais suspeitos de forjar o atentado contra o tio.
Segundo a polícia, ele estava no local do crime, disse que viu o atirador, mas não interviu. Além disso, o fotógrafo que estava dentro do carro filmou o prefeito sangrando, enviou o material no mesmo momento para Cristian e minutos depois a imagem foi publicada nas redes sociais.
Ainda segundo a investigação, o objetivo da fraude era sensibilizar o eleitorado de Taboão da Serra e garantir a reeleição de Aprígio, que disputava o segundo turno com Engenheiro Daniel. Mesmo com o ataque, Aprígio não conseguiu se reeleger e perdeu a disputa.
Quando foi atingido, Aprígio estava dentro de um carro blindado. A blindagem, no entanto, falhou, o que permitiu que o ex-prefeito tenha sido atingido no ombro.
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