Uma parceria entre o Juizado da Mulher da Comarca de Arapiraca, o Sesc e o Senac possibilitou a cerca de 20 mulheres a oportunidade de participarem dos cursos de salgadeiro e depilador. As aulas inaugurais foram realizadas na segunda-feira (22), no auditório da Turma Recursal, no bairro Santa Edwiges.
Para o desembargador Tutmés Airan de Albuquerque, que comanda os trabalhos da Coordenadoria Estadual da Mulher do Tribunal de Justiça de Alagoas (TJAL), a rede de proteção das vítimas de violência doméstica tem crescido bastante e a oferta de capacitações é um passo muito importante para as vítimas.
“Hoje posso dizer que as mulheres estão plenamente encorajadas a fazer as denúncias, mas precisamos pensar no pós-denúncia. A grande dificuldade é a efetiva dependência econômica, é preciso romper essa dificuldade para que a mulher não seja só encorajada a denunciar eventuais violências, mas também que ela encontre caminhos longe do agressor”, frisou o desembargador.
O juiz Alexandre Machado, titular do Juizado da Mulher de Arapiraca, explicou que a ideia de ofertar as capacitações surgiram após levantamento socioeconômico das mulheres que ainda se encontravam em um ciclo de violência devido à dependência financeira. “A gente fez essa parceria com o Sesc e Senac oferecendo cursos profissionalizantes. Esses cursos começam hoje e vão se estender até o mês de fevereiro. A ideia é tentar ajudá-las para que possam ser protagonistas das suas histórias”, explicou.
Na segunda-feira (22) teve início a Semana da Justiça pela Paz em Casa, ação realizada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com o objetivo ampliar a efetividade da Lei Maria da Penha, concentrando esforços para agilizar o andamento dos processos relacionados à violência de gênero.
“A ideia dessa campanha é conscientizar a sociedade para que nos ajude no enfrentamento. Nós vamos ter 52 audiências de instrução ao longo dessa semana. Teremos também ações nos bairros que, de acordo com o mapa da violência que nós realizamos aqui no Juizado, são os que acontecem mais casos de violência. Nós estamos indo até essa mulher vítima de violência realizando palestras nas unidades de saúde, escolas públicas, a fim de conscientizar a população e chamá-la para esse enfrentamento”, reforçou o magistrado Alexandre Machado.
Segundo Jaqueline Lima, assistente social que atua na unidade judiciária, após a avaliação socioeconômica das vítimas, foram levantadas sugestões de cursos que poderiam ajudar as mulheres, sendo a produção de salgadinhos e depilação as capacitações mais pedidas.
“A partir dessa situação, quando elas responderam, fomos atrás de parceiros, que inicialmente ofertarão esses dois cursos, mas existem outros para 2022. É um pontapé que a gente espera que seja concretizado dentro do Juizado da Mulher, principalmente na questão da superação e empoderamento dessa mulher”, disse.
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