DivulgaçãoMPE recorre de decisão que soltou o prefeito de Campo Grande Todo SegundoDa Assessoria - MPE/ALO Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL) interpôs agravo interno contra a decisão monocrática do desembargador Celyrio Adamastor Tenório Accioly que, no último dia 26 de dezembro, concedeu habeas corpus preventivo ao prefeito de Campo Grande, Arnaldo Higino Lessa. O gestor é acusado de ter cometido atos de corrupção ao cobrar propina de uma empresa que supostamente prestava serviços para o município administrado por ele. Até o momento, o prejuízo aos cofres públicos daquela cidade chega a meio milhão de reais.
Assinado pelo procurador de justiça Márcio Roberto Tenório de Albuquerque, que estava na função de procurador-geral substituto, e pelo promotor de justiça Luciano Romero da Matta, o recurso foi interposto no último dia 10 e, agora, aguarda apreciação do próprio desembargador que revogou a prisão preventiva, homologada anteriormente pelo desembargador Sebastião Costa Filho, logo após Arnaldo Higino ser preso em flagrante no momento em que recebia o dinheiro fruto de cobrança de propina.
No agravo, o Ministério Público fez uma síntese das denúncias que pesam contra o prefeito e sustentou a acusação de que há indícios que apontam Arnaldo Higino como habitual praticante de atos que causam prejuízos à administração pública de Campo Grande. No documento, o procurador de justiça Márcio Roberto Tenório destacou ainda que, ao ser liberado, o prefeito suspendeu o pagamento do 13º salário dos servidores municipais.
“O decreto prisional visava assegurar a garantia da ordem pública, garantindo que o gestor público não cometesse outros delitos contra a administração ou se utilizasse de sua posição para destruir provas. Ocorre, no entanto, que a medida alternativa à prisão adotada em decisão ora recorrida se mostrou absolutamente ineficaz. Um prova disso é a decisão do prefeito em suspender pagamento do 13º salário dos servidores. Arnaldo Higino continua no comando da Prefeitura de Campo Grande. Não há como crer que medidas como o impedimento de ausentar-se da comarca, a proibição de frequentar a sede da Prefeitura ou aproximar-se de servidores possam ser úteis ao caso. Para além disso, é preciso destacar que Campo Grande é um município de 170 KM² e aproximadamente nove mil habitantes”, detalha um trecho do documento.
O MPE/AL requereu ao Poder Judiciário que reconsidere a decisão que concedeu liberdade a Arnaldo Higino e que, caso assim não entenda, apresente o agravo para que o plenário possa determinar ou não a reforma da decisão, o que pode restabelecer a prisão de Arnaldo Higino.
Preso em flagranteO prefeito de Campo Grande, Arnaldo Higino Lessa (PRB), foi detido no dia 24 de novembro, no momento em que recebia dinheiro de um empresário, que supostamente vendia mercadoria para a prefeitura da cidade e estava sendo alvo de chantagem por parte do gestor público. A prisão em flagrante foi realizada pelo procurador-geral de justiça, Alfredo Gaspar de Mendonça Neto, com equipes do Grupo de Combate Estadual às Organizações Criminosas (Gecoc) e do Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e aos Crimes Contra a Ordem Tributária, Econômica e Conexos (Gaesf).
O gestor municipal começou a ser investigado após o Ministério Público apurar denúncia do desvio de recursos públicos e benefícios que chegavam em notas fiscais frias. Durante a investigação foram obtidas provas que apontam para o desvio de pelo menos R$ 500 mil.