16/01/2025 18:51:56
Justiça
MPE pede condenação do sargento da PM acusado de matar feirante em Palmeira
Órgão também pede que seja fixada indenização de 100 salários mínimos para a família da vítima
ReproduçãoSolange Silva, 44 anos, foi morta no interior de um quarto de hotel em Palmeira dos Índios
Todo Segundo com Ascom

O Ministério Público de Alagoas (MPAL), denunciou o sargento da Polícia Militar pelo crime de feminicídio contra a feirante Solange da Silva, 44 anos, morta dentro de um hotel dia 20 de novembro de 2024, em Palmeira dos Índios.

De acordo com o órgão a princípio, o militar teria em depoimento relatado a morte da feirante como suicídio, porém as investigações deram outro rumo derrubando a sua versão e, contra ele, foi expedido um mandado de prisão.

Diante das evidências, o promotor de Justiça Márcio Dória da 6ª Promotoria de Palmeira dos Índios, decidiu denunciar o sargento, que se encontra preso no Presídio Militar Major João Kyllderis Cardoso Moreira, em Maceió.

Parte da denúncia destaca que: "O Laudo do Instituto de Criminalística às fls. 115/149, descartou a hipótese de suicídio ou acidente, já que não havia arma no local, e as características do disparo não são compatíveis com autolesão".

Do mesmo modo, não foram encontradas manchas de sangue típicas de suicídio, como backspatter (gotículas projetadas para trás). Concluindo assim, por como “ocorrera uma morte violenta, com emprego de instrumento de ação perfurocontundente (projetil de arma de fogo)”.

E continua: "Resta, portanto, o denunciado como incurso nas penas do crime previsto no art. 121-A, §1°, inc. I e II (feminicídio), do Código Penal, praticado no contexto da violência doméstica e familiar contra a mulher".

“O laudo da Polícia Científica afastou qualquer possibilidade de sustentação da versão do suspeito, caracterizando que os disparos foram desferidos por terceiros, ou seja, que houve um feminicídio. E o suspeito era quem se encontrava com a vítima no momento do fato, com essa afirmação do laudo oficial o Ministério Público cumpre o seu papel ao ofertar denúncia em desfavor do militar que deverá ser submetido a julgamento popular para que a justiça seja feita”, declara o promotor Márcio Dória.

O Ministério Público pede a condenação do acusado pela prática do feminicídio com pena que pode chegar a 40 anos de prisão, bem como que seja fixada indenização no valor mínimo de 100 salários mínimos para a família da vítima. A mulher e o suspeito teriam um relacionamento amoroso e a morte teria sido motivada por ciúmes.

O sargento se apresentou na Central de Flagrantes, em Maceió, e está preso desde 25 de dezembro de 2024, como informou em primeira mão o Todo Segundo.

O caso

Segundo relatos de populares, a vítima morava em um dos quartos do estabelecimento, já por alguns meses. Na noite do dia 20 de novembro, a vítima e o militar teriam discutido por ciúmes e Solange acabou morta.

O fato foi registrado como feminicídio. Segundo os bombeiros que atenderam a ocorrência, foi possível identificar um tiro na testa e outro na nuca. Uma equipe da Polícia Científica esteve no local para periciar o corpo.

Testemunhas disseram à polícia no dia do crime que a vítima mantinha um relacionamento extraconjugal com o militar e que ele teria sido o autor dos disparos. Ele teria fugido do local logo após a prática do crime.

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