Divulgação/MPMP apura denúncia de venda de imóveis do Minha Casa, Minha Vida Todo SegundoDo Todo Segundo com Ascom MPE/ALO Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL) realizou, nesta terça-feira (3), uma operação de fiscalização dos imóveis nos conjuntos residenciais Edval Vieira Gaia e Jota Duarte, que concentram cerca de 800 casas, em Palmeira dos Índios.
De acordo com a 3ª Promotoria de Justiça do município, a operação ocorreu após receber denúncias de irregularidades na ocupação de imóveis vinculados ao programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal. A ação contou com o apoio da Polícia Militar.
Segundo a promotora Salete Adorno, um homem cadastrado no programa fez uma representação alegando que várias dessas casas teriam sido vendidas e alugadas ou simplesmente mantidas fechadas.
“As informações nos levam a crer que o beneficiário do programa não ocupou o imóvel ou o usou para lucrar em cima da iniciativa”, explica a promotora Salete Adorno, que comanda a operação.
Impasse
A Prefeitura Municipal informou ao Ministério Público que também recebeu denúncias de fraude na ocupação das casas. O Município procurou então à Caixa Econômica Federal, responsável pelo programa, que, ao tomar conhecimento do caso, enviou para a Secretaria Municipal de Assistência Social as notificações destinadas aos beneficiados, solicitando que eles comparecessem ao banco em até cinco dias.
No entanto, o Município alega que é dever do banco entregar os documentos ao destinatário, enquanto a Caixa informou à Prefeitura que o envio das notificações aos suspeitos de cometer irregularidades no programa era atribuição dela.
“Nesse impasse, o problema segue e uma parte dos beneficiários fica sem acesso ao programa, enquanto outros se aproveitam para lucrar em cima dele. Tentei falar com o banco diversas vezes, mas não consegui. Nós também vamos solicitar que todos os beneficiados compareçam à sede da 3ª Promotoria de Justiça de Palmeira dos Índios, dessa vez em até 24 horas. Lá, tenho certeza de que a Caixa ou a Prefeitura entregará a devida notificação”, disse Salete Adorno.
Medidas cabíveis
A promotora de Justiça acredita que, após a operação de hoje, conseguirá resolver o problema do uso irregular dos imóveis vinculados ao programa federal pela via administrativa, com o apoio da Prefeitura Municipal e da Caixa Econômica Federal.
“Se não for possível, vamos procurar o Ministério Público Federal para ajuizarmos uma ação conjunta em defesa dos verdadeiros beneficiários do Minha Casa, Minha Vida, até porque novas casas serão entregues à população pelo programa”, completou.
Segundo o contrato firmado com a Caixa Econômica Federal, o usuário perderá o direito ao imóvel se não ocupá-lo, obrigatoriamente, em 30 dias a contar da data de assinatura do documento; se ocupação não for destinada à residência do beneficiado e de seus familiares; se transferi-lo ou cedê-lo para terceiros sem autorização do banco; e se abandoná-lo sem prévia comunicação à Caixa. Nesses casos, o banco rescinde o contrato com o usuário e aliena o imóvel a outro pretendente.