08/01/2016 10:43:27
Justiça
Justiça manda soltar suspeitos de integrar “Máfia das Funerárias”
Esquema envolvia empresas que participavam da chamada “Máfia das Funerárias”, há mais de 30 anos no HGE
Divulgação / PCJustiça manda soltar suspeitos de integrar “Máfia das Funerárias”
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Os juizes Geraldo Amorim, Sandro Augusto, Ana Raquel gama e Antônio Emanoel Dória, da 17ª Vara Criminal da Capital, decidiram relaxar a prisão dos suspeitos de um esquema fraudulento de funerárias dentro do Hospital Geral do Estado (HGE), em Maceió.

De acordo com a Polícia Civil, o esquema criminoso denominado de "Máfia das Funerárias", envolvia funcionários da unidade de saúde e de pelo menos 22 funerárias. A operação deflagrada pela Polícia Civil na quinta-feira (07), resultou na prisão de 13 pessoas.

"Apesar de estarem presentes os indícios de ameaça à ordem pública, por se tratar de crime que não envolve violência, por não serem os réus reincidentes, possuírem residência fixa e por terem colaborado com a investigação, se dirigindo para prestar esclarecimentos, entendemos que a aplicação de medidas cautelares diversas da prisão teriam o condão de resguardar a sociedade da ação delitiva sem impor aos investigados a severidade da segregação", diz o texto do Judiciário.

As prisões
Os empresários presos foram identificados como: Marcelo Lúcio Costa, 38 anos; Robson Tadeu Silva Costa, 63; Maria Cícera dos Santos Lima, 47; Moacir Correia de Araújo Filho, 52; Hudson Soares de Menezes, 30; Liane Regis Reis, 36; José Luís de Souza, 61; José Eduardo Maia, 44; Adeilton Antônio da Silva, 58, e José Carlos Santos Costa, de 46 anos.

Os agentes funerários presos foram Rogério Regueira Teixeira de Miranda, 34 anos; Rogério dos Santos Costa, 38, e Marcelo Filipe da Silva, 33. Estes atuavam no necrotério do HGE, fazendo a higienização dos corpos e até aplicando formol. Eram eles também que cooptavam familiares das pessoas mortas para a compra dos caixões e de outros serviços funerários.

A polícia descobriu também que os agentes funerários, apesar de não serem servidores públicos, usavam uniformes do HGE e até ganhavam ticket refeição do hospital.

As investigações foram iniciadas em dezembro, a partir de requisição feita Ministério Público Estadual (MPE). O MPE recebeu denúncias sobre a existência de práticas ilegais e atitudes suspeitas no HGE como empregados das funerárias realizando plantões e aplicação de formol nas dependências da unidade de saúde.

A Polícia Civil descobriu que os agentes funerários recebiam entre 60 a 100 reais por funeral. Existe a possibilidade do envolvimento de outras pessoas entre funcionários públicos e agentes das funerárias.

De acordo com o delegado Ronilson Medeiros, inicialmente 10 funerárias já foram identificadas e mais 12 estariam sendo investigadas, já que documentos em nome delas foram encontrados com os suspeitos. Elas formavam uma espécie de cartel, inclusive com a elaboração de uma escala para os plantões de cada dia.

Segundo ele, a prática vinha acontecendo há mais de 30 anos e somente agora pessoas do próprio HGE procuraram o MPE para denunciar. “As investigações vão continuar e mais pessoas podem ser presas”, concluiu o delegado.

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