
O Tribunal do Júri da 4ª Vara Criminal de Palmeira dos Índios, presidido pelo juiz Christiano Sibaldo, condenou, nesta terça-feira (4), três dos cinco acusados pelo assassinato de Lucas Santos de Lima, de 25 anos, filho de um sargento da Polícia Militar. O crime ocorreu em fevereiro de 2021, no Loteamento José Maia Costa, e chocou o município.
Foram condenados Afonso Henrique Lopes Dias (vulgo Mago), Alã Richard dos Santos Ferreira (vulgo Telinho) e Herbert Gomes da Silva (vulgo Jacaré). Cada um deles recebeu pena de 14 anos e 3 meses de reclusão, em regime inicialmente fechado, pelo crime de homicídio qualificado.
Já Wagner Firmino dos Santos (Gaiola) e Diego Pereira da Silva (Burrego) foram absolvidos por falta de provas quanto à participação no crime.
A acusação foi conduzida pelo promotor de Justiça João Bomfim Filho, do Ministério Público de Alagoas (MPAL), que defendeu a condenação dos réus pelo assassinato que, segundo ele, “foi planejado e executado de forma cruel, tirando a vida de um jovem dentro do próprio lar.”
Segundo consta nos autos do processo e conforme sustentou o Ministério Público, Lucas Santos foi morto por engano, após um erro de alvo durante a execução. O verdadeiro alvo seria Wagner Firmino dos Santos, o Gaiola, que acabou absolvido no julgamento.
Ainda de acordo com a acusação, o crime teria sido motivado por ciúmes, em razão de desavenças pessoais e sentimentais envolvendo os acusados. “Lucas acabou pagando com a vida por um crime que não tinha relação com ele. Foi um erro trágico e cruel”, afirmou o promotor João Bomfim Filho durante sua fala no plenário.
O crime
De acordo com as investigações conduzidas pela Polícia Civil de Palmeira dos Índios, Lucas foi morto a tiros dentro de sua residência, localizada na Rua Valdemar Holanda Cavalcante, no Loteamento José Maia Costa.
O crime aconteceu na noite de 22 de fevereiro de 2021, quando dois homens invadiram a casa e efetuaram oito disparos contra a cabeça da vítima, que morreu no local.
As apurações apontaram que o grupo alugou um veículo Onix branco para a execução do crime. Segundo o Ministério Público, Telinho teria sido o autor dos disparos, enquanto Afonso (Mago) e Jacaré renderam a vítima e o padrasto da companheira de Lucas, antes da execução.
O julgamento contou com o depoimento de Edvan, padrasto de Ana Rouse, companheira da vítima, que esteve presente no plenário. Ana Rouse acompanhou o júri por videoconferência, pois atualmente reside fora do estado.
A defesa dos réus pediu a absolvição quanto à associação criminosa, alegando que “não houve vínculo estável entre os acusados” — argumento acolhido pelo Conselho de Sentença.
Segundo o Ministério Público, também não ficaram comprovados motivo torpe ou associação criminosa, resultando na condenação apenas pelo homicídio qualificado.
O Conselho de Sentença reconheceu a participação de Mago, Telinho e Jacaré no homicídio, condenando-os a 14 anos e 3 meses de prisão. Já Gaiola e Burrego foram absolvidos.
O juiz Christiano Sibaldo proferiu a sentença, determinando que os condenados permaneçam presos para o cumprimento da pena em regime fechado.
Emocionado, o pai da vítima, o sargento F. José, falou ao Todo Segundo: “Saio satisfeito com o resultado do júri, mas gostaria que os três réus tivessem pegado a pena máxima. Eles destruíram a vida do meu filho, e nada vai apagar essa dor. Ainda assim, acredito que a justiça foi feita.”
O julgamento encerra um dos casos criminais mais marcantes de Palmeira dos Índios nos últimos anos. Para o Ministério Público, a condenação representa um marco simbólico na luta contra a impunidade e a violência na região.
O crime, que tirou a vida de um jovem dentro de casa por engano, mobilizou autoridades, familiares e a população local, que agora respiram aliviados com o desfecho judicial.
Condenados:
Absolvidos:

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