Arquivo / PC-ALEx-PM acusado de matar pecuarista vai a júri em Palmeira dos Índios Todo SegundoDo Todo Segundo com TJ/ALO ex-policial militar, Manoel Bernardo de Lima Filho, acusado de matar José Cardoso de Albuquerque, pai do cantor forrozeiro Geraldo Cardoso, em setembro em 1989, em Palmeira dos Índios, vai a júri nesta quarta-feira (02).
O julgamento será realizado às 9h, na sede do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs), localizado no bairro Paraíso, em Palmeira dos Índios sob a presidência da juíza Luana Freitas. A acusação será feita pelo promotor Fábio Vasconcelos, com assistência do advogado Thiago Pinheiro.
Lima Filho será o único acusado a sentar no banco dos réus, devido ao falecimento de outros envolvidos no crime, entre eles o delegado Ricardo Lessa. O ex-policial foi preso em 2008, em São Paulo, e já havia sido condenado por outros homicídios, além de ser apontado como integrante de um grupo de extermínio.
O Ministério Público requisitou auxílio da 17ª Vara Criminal para o caso, em razão dos indícios de que se tratava de uma organização criminosa. De acordo com os autos, os autores intelectuais do crime, revelados após a prisão do réu, seriam o ex-prefeito de Quebrangulo Frederico Maia Filho, conhecido como “Mainha” e sua esposa Cleusa.
O crimeJosé Cardoso de Albuquerque, pai do cantor Geraldo Cardoso, foi assassinado com vários disparos de metralhadora e revolver calibre 38, em 27 de setembro de 1989, no interior de uma casa comercial, Bilá Auto Peças, no município de Palmeira dos Índios.
O ex-policial Manoel Bernardo de Lima Filho, pertencia, supostamente, a um grupo de extermínio responsável por crimes de pistolagem, liderado pelo delegado Ricardo Lessa, já falecido, e que naquele período seria rival da “gangue fardada”, comandada pelo ex-tenente Cavalcante.
O pecuarista era suspeito de participação em roubos de gado no interior do Estado. Segundo testemunhas, no dia do crime, José Cardoso vinha sendo seguido por Ricardo Lessa e sua equipe desde um trecho em Canafístula.
Ao chegar em um posto de combustíveis em Palmeira dos Índios, a vítima foi chamada pelo Sargento Góes para ir até a delegacia, onde encontrou os delegados Eduardo Mala e Ricardo Lessa.
Ao tomar conhecimento que iria ser deslocado para o município de Viçosa, ocasião em que Lessa teria dito que o mataria no meio da estrada, José Cardoso tentou fugir entrando na loja de auto peças, da qual era cliente, pedindo socorro e gritando que queriam lhe matar. Como não havia saída pelos fundos, ele foi acuado e morto sem chances de defesa.
Geraldo Cardoso, filho da vítima, disse que à época do crime, estava no início de sua carreira musical,prestou depoimento e pediu esclarecimento do crime e segurança para toda sua família ao então Secretário de Segurança Pública José Rubens. Mas, por conta de sua iniciativa, foi ameaçado e obrigado a sair de Alagoas para se manter vivo.
Ex-PM é acusado de outros crimesO ex-soldado Manoel Bernardo, envolvido em diversos outros crimes, após o desmantelamento da “gangue fardada” saiu de Alagoas, somente sendo preso, em uma operação conjunta da Polícia Federal paulista e do serviço de inteligência da Defesa Social alagoana, 19 anos depois no Estado de São Paulo.
Em novembro de 2014, ele voltou a ser preso. Desta vez ele foi preso na cidade de Joaquim Nabuco, interior de Pernambuco por Policiais do Núcleo de Inteligência (NI) da Polícia Civil de Alagoas em cumprimento a mandado de prisão expedido pelo desembargador João Luiz Azevedo Lessa.
O Soldado Lima foi preso sobe acusação de homicídio qualificado pela morte de Genivaldo José da Silva, homossexual também conhecido por “Teacher”. O crime aconteceu em 1993, na cidade alagoana de Campestre. Ele foi absorvido, em julgamento em março deste, na Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Alagoas.