O Tribunal do Júri da Comarca de Quebrangulo condenou Cícero da Silva a dez anos, dez meses e 20 dias de reclusão por roubo majorado (assalto) contra seis pessoas e tentativa de homicídio contra os policiais que o perseguiram. O julgamento foi presidido pelo juiz Ewerton Luiz Chaves Carminati, nesta terça-feira (13).
O outro réu do processo, Maurílio de Almeida Silva, foi absolvido. Os jurados reconheceram a materialidade e a autoria do acusado no roubo, mas consideraram que ele não anuiu com o atentado contra os PMs.
O julgamento fez parte do Mês Nacional do Júri, que segue até 30 de novembro, em todo o país.
O caso
Conforme os depoimentos das vítimas, os dois réus, montados em uma moto e utilizando arma de fogo, assaltaram seis pessoas, levando seus celulares, em junho de 2016, no município de Quebrangulo. Depois, teriam sido efetuados disparos contra os policiais Rogenes de Lima Ferro e José Hildo Maciel Teixeira.
A Polícia Militar apreendeu com os réus um simulacro de pistola e um revólver calibre 22, segundo informou. Os dois réus negaram ter atirado contra a PM e o próprio fato de que estavam com uma arma de fogo. Asseguraram que só tinham uma falsa pistola, e que a arma de verdade teria sido implantada pelos policiais.
“Todas as vítimas (do assalto), praticamente, foram unânimes em dizer que havia uma segunda arma, exatamente com as características da arma apreendida pelos policiais. Isso põe em xeque a versão deles de que não teria havido a resistência à prisão e a tentativa de homicídio”, argumentou o promotor Maurício Teixeira Lopes, do Ministério Público de Alagoas.
Os dois acusados confessaram os assaltos. Réus primários, disseram que a ideia de realizar os roubos surgiu quando ingeriam bebidas alcoólicas, ainda no município de Igaci, onde residiam. No entanto, negaram a tentativa de homicídio. “A gente passou, eles vieram atrás atirando, não ligaram giroflex. Só viemos saber que era polícia quando estávamos rendidos”, afirmou Cícero da Silva.
Maurílio, que foi atingido por tiros, afirmou que eles sabiam se tratar de policiais quando ouviram os primeiros disparos – estes apontados para cima, segundo o próprio réu. Não teriam parado por medo de serem mortos. Representou os réus a defensora pública Ana Luiza Miola.
Mês do Júri
Em Alagoas, foram pautados 150 julgamentos de crimes contra a vida. Além do Judiciário, a força-tarefa tem a participação do Ministério Público, da Defensoria Pública, da Ordem dos Advogados e de órgãos de segurança do Estado.
“Além da tramitação dos processos, é importante porque a população vê o Mês do Júri. Por serem concentradas, as atividades do Poder Judiciário ficam mais visíveis”, comentou o juiz Ewerton Carminati.
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