O Conselho de Sentença do 3º Tribunal do Júri de Maceió condenou Marineide Leite Cavalcante de Almeida a 21 anos e quatro meses de reclusão pela morte do ex-marido, o empresário José Roberto Cavalcante de Almeida, ocorrida em junho de 2012, no bairro Serraria, na Capital. Os jurados também condenaram Josivânio Manoel dos Santos a 21 anos de prisão por participação no crime. O outro réu do processo, Jedson da Silva Ferreira, foi absolvido.
O julgamento ocorreu nessa terça-feira (10), no Fórum da Capital, e foi conduzido pelo juiz Geraldo Cavalcante Amorim, titular da 9ª Vara Criminal. Segundo o Ministério Público de Alagoas (MP/AL), Marineide tramou a morte do ex-marido por ciúme. A defesa dela negou participação no crime. Os outros réus também negaram envolvimento no caso.
Acusações
Na época, o caso provocou repercussão porque, segundo o MP/AL, foi Marineide quem tramou a morte do ex-marido, contratando os demais acusados por R$ 3 mil. O assassinato aconteceu supostamente por ciúme, pois a vítima já estaria em outro relacionamento.
Representando o MP/AL, o promotor Leonardo Novaes afirmou haver indícios suficientes para a condenação dos réus. “Tudo indica que a vítima estava se relacionando com uma pessoa mais jovem, e como a ré não se agradou da situação, articulou esse crime”.
A advogada de Marineide Leite, Lucila Vicentin, afirmou que a ré é inocente. “A nossa tese é de negativa de autoria. Dentro do processo percebemos muitas inconsistências, contradições e indícios de ilegalidade”. O defensor público Ryldson Martins, que defende os outros dois réus, também sustenta a tese de negativa de autoria.
Depoimentos
O primeiro a ser ouvido foi o irmão da vítima, Cícero Rogério da Silva. O comerciante disse que José Roberto era bastante querido pela família e não possuía inimigos. “Não estou aqui para julgar, tampouco condenar alguém. Mas as investigações apontam que Marineide foi quem cometeu o crime, mas sem motivo lógico”, ressaltou.
Segundo a testemunha, o seu irmão estava feliz com o seu novo relacionamento. Cícero Rogério credita o término da relação à desonestidade de Marineide na loja de autopeças que o casal tinha. “Muitas vezes, ela recebia o pagamento dos clientes e não repassava. Quando meu irmão ia cobrar o débito, passava vergonha. Isso aconteceu várias vezes”, contou.
A segunda testemunha foi Josefa Quitéria Cavalcante Tenório, também irmã da vítima. Ela falou que, no início, não sabia do novo relacionamento de Roberto. “Um certo dia fui aconselhar o meu irmão para reatar o relacionamento com a ex-mulher e a resposta foi a seguinte: 'Você não sabe nem um décimo do que ela fez comigo'. Depois disso, preferi não me intrometer mais”. Quitéria também acredita que o relacionamento do seu irmão teve fim devido à deslealdade da ré.
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