DivulgaçãoPaÃs fecha 95 mil vagas em setembro, pior resultado para o mês desde 1992 Todo SegundoO Brasil registrou fechamento de vagas formais pelo 6º mês seguido. Em setembro, as demissões superaram as contratações em 95.602, segundo informações do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgadas nesta sexta-feira (23).
O resultado de setembro foi o pior para este mês desde o início da série histórica, em 1992. Até então, o pior resultado para meses de setembro havia sido registrado em 1995 (67.242 vagas fechadas).
"O dado [de setembro] está mostrando o comportamento do mercado. De fato, os meses de setembro são mais positivos e, neste mês agora, tivemos uma perda de 95 mil empregos. Mas isso também não é nenhuma surpresa, porque temos um comportamento nos últimos meses com uma série mais declinante. Temos um comportamento menos atrativo nos últimos meses. O que a gente tem observado é um comportamento que tem desfavorecido a questão do emprego", observou o Diretor do Departamento de Emprego e Salário da Secretaria de Políticas Públicas de Emprego do Ministério do Trabalho, Márcio Borges.
Ele não quis fazer análise sobre o que motivou esse resultado e nem uma previsão para os próximos meses ou para o comportamento do emprego formal em todo ano de 2015.
Demissões superam 650 mil no anoNo acumulado dos nove primeiros meses deste ano, ainda segundo dados oficiais, foram fechados 657.761 postos com carteira assinada. Foi o pior resultado para este período da série histórica disponibilizada pelo Ministério do Trabalho, que começa, para o período acumulado do ano, em 2002.
Também foi a primeira vez desde 2002 que o saldo ficou negativo para os nove primeiros meses de um ano. Os saldos de janeiro a agosto foram contabilizados após o ajuste para empregos declarados fora do prazo, e o mês de setembro ainda está sem ajuste.
Mais de um milhão de empregos fechados em 12 mesesAinda na série com ajustes, nos 12 meses encerrados em setembro deste ano, o Ministério do Trabalho informou que houve o fechamento de 1.238.628 postos de trabalho.
Com a nova redução de vagas formais em setembro deste ano, o número de trabalhadores com carteira assinada, em todo o país, também recuou. No fim de setembro de 2014, um ano atrás, 41,78 milhões de pessoas tinham emprego com carteira no Brasil. No mês passado, o número de trabalhadores empregados já tinha recuado para 41,09 milhões.
Dados divulgados na véspera pelo IBGE mostraram que a taxa de desempego no país subiu para 7,6% e atingiu a maior taxa já registrada para o mês de agosto desde 2009. Um ano atrás, em agosto de 2014, a taxa estava em 5%.
SetoresDe acordo com os números do governo, o setor de serviços foi responsável pelo maior corte de vagas no mês passado: foram 33.535 postos perdidos no período. Em segundo lugar, aparece a construção civil, com 28.221 demissões em setembro, seguida pelo comércio, com 17.253 vagas fechadas no período. A indústria de transformação, por sua vez, fechou 10.915 postos formais em setembro e a agricultura fechou 3.246 vagas formais e a indústria extrativa mineral demitiu 573 pessoas.
Na parcial deste ano, porém, a indústria de transformação continua liderando a perda de empregos formais. De janeiro a setembro, este setor demitiu 287.472 trabalhadores, seguida pelo comércio, com 238.482 postos fechados. Já a construção civil demitiu 204.852 pessoas nos nove primeiros meses deste ano, e o setor de serviços dispensou 32.550 trabalhadores. A indústria extrativa mineral demitiu 9.536 mil pessoas no acumulado de 2015, mas a agricultura e a administração pública registraram aumento de empregos de, respectivamente, 106.459 e 12.375 trabalhadores.
Regiões do paísPor regiões, houve fechamento de vagas em quase todas elas em setembro. No mês passado, o Sudeste registrou o pior resultado, com 88.204 vagas a menos. No Sul, foram cortados 21.088 postos, enquanto o Centro-Oeste e Norte perderam, respectivamente, 8.958 e 3.470 vagas.
Já na região Nordeste, foram admitidos 26.118 trabalhadores com carteira assinada em setembro, segundo o Ministério do Trabalho. Segundo Márcio Borges, do Ministério do Trabalho, o bom comportamento do emprego formal no Nordeste, no mês passado, está relacionado com a indústria da cana-de-açúcar e etanol.
Os estados de São Paulo e Minas Gerais foram os que mais fecharam vagas no mês, com um saldo de demissões de 45.869 e 32.423, respectivamente.
Do G1