A inflação oficial, medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) acumula alta de 7,7% nos últimos 12 meses, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgados nesta sexta-feira (6). Nessa comparação, é a mais alta desde maio de 2005, quando atingiu 8,05%.
No mês passado, o indicador apresentou variação de 1,22%, resultado próximo ao de 1,24% de janeiro. Foi o maior resultado para o mês de fevereiro desde 2003, quando o IPCA foi de 1,57%.
O vilão no mês passado foi a gasolina, cujos preços subiram 8,42%. Refletindo aumento nas alíquotas do PIS/Cofins, que entrou em vigor em 1º de fevereiro, a gasolina exerceu um impacto de 0,31 ponto percentual (p.p.), sendo responsável, sozinha, por um quarto do IPCA, ou seja, 25,41%. Sob esta forte pressão, os gastos com Transportes subiram 2,20%, grupo que apresentou o mais elevado impacto no mês (0,41p.p.).
Ainda no grupo transportes, houve aumento também nas alíquotas do PIS/Cofins para o óleo diesel, que apresentou alta de 5,32%. Já os preços do etanol subiram 7,19%. Além dos combustíveis (7,95%), outros gastos importantes com transportes também apresentaram elevação: trem (3,10%), automóvel novo (2,88%), ônibus urbano (2,73%), metrô (2,67%), ônibus intermunicipal (1,68%), táxi (1,21%) e conserto de automóvel (1,20%).
Quanto aos intermunicipais (1,68%), as regiões que influenciaram o resultado foram: Curitiba (9,61%), com reajuste de 12,00% em 08 de fevereiro; Salvador (5,74%), com reajuste de 9,00% em 13 de fevereiro e Rio de Janeiro (2,37%) com 12,46% em 10 de janeiro.
Outros segmentos
Considerando os nove grupos de produtos e serviços pesquisados, a variação mais elevada foi registrada no grupo educação, que atingiu 5,88%, refletindo os reajustes praticados no início do ano letivo, especialmente nos valores das mensalidades dos cursos regulares, que subiram 7,24%.
À exceção de Fortaleza, que não apresentou aumento em virtude da diferença da data de reajuste, nas demais regiões as variações dos cursos regulares situaram-se entre os 5,11% de Porto Alegre e os 9,78% do Rio de Janeiro. Nas mensalidades dos cursos diversos (idioma, informática etc.), a variação foi de 7,14%.
Em habitação (1,22%), o destaque ficou com a energia elétrica, com alta de 3,14%. Em São Paulo (5,84%), foi registrada parte do reajuste de 3,77% de uma das concessionárias, em vigor desde 8 de janeiro. Além disso, a variação de preços da energia elétrica refletiu movimentos nos valores dos impostos e parcela residual da aplicação do Sistema de Bandeiras Tarifárias sobre as contas, a partir de 1º de janeiro.
Outros gastos com habitação também se elevaram de janeiro para fevereiro, tais como, condomínio (0,99%), mão de obra para pequenos reparos (0,92%), gás de botijão (0,91%), artigos de limpeza (0,81%), aluguel residencial (0,64%).
Com reajustes ocorridos em 31 de dezembro, 12 de janeiro e 2 de fevereiro, conforme marca e região, o item cigarro apresentou variação de 1,16%. Além dele, os itens excursão (6,93%), cabeleireiro (1,09%) e manicure (1,04%) sobressaíram no grupo das despesas pessoais (0,86%). No grupo Saúde e Cuidados Pessoais (0,60%) destacaram-se os serviços médicos e dentários (1,14%) e os artigos de higiene pessoal (0,89%).
Já no grupo dos artigos de residência (0,87%), a alta foi puxada pelos eletrodomésticos, cujos preços se elevaram em 2,15%, e pelos serviços de conserto e manutenção de equipamentos domésticos, que subiram 1,70%.
Quanto ao grupo alimentação e bebidas, com alta de 0,81%, observa-se redução no ritmo de crescimento de preços, tendo em vista a taxa de 1,48% registrada no mês anterior. Os alimentos consumidos fora de casa (0,95%) tiveram aumentos acima dos consumidos em casa (0,74%).
Observa-se ainda que, no agrupamento dos alimentos consumidos em casa, Campo Grande apresentou queda de 0,77%. Assim, as variações se situaram entre -0,77% (Campo Grande) e 1,44% (Salvador), enquanto no mês anterior estiveram entre 1,06% (Recife) e 2,73% (Campo Grande).
Mesmo apresentando ritmo de crescimento de preços menos intenso, alguns alimentos continuaram em elevação, como:
— Feijão-carioca (32,29% em 12 meses)
— Cebola (23,56% em 12 meses)
— Feijão-fradinho (19,53% em 12 meses)
— Cenoura (18,41% em 12 meses)
— Tomate (17,99% em 12 meses)
Alívio no bolso
Apenas dois grupos se apresentaram em queda no mês: vestuário, com -0,60%, reflexo das promoções ocorridas no mercado, e comunicação, com -0,02%, tendo em vista a redução média de 22,00% nas tarifas de telefonia fixa para móvel, a partir de 24 de fevereiro.
Quanto aos índices regionais, os maiores foram registrados em Salvador (1,66%) e Recife (1,64%). A pressão veio dos alimentos e da gasolina em ambas as regiões.
Em Salvador, os alimentos subiram 1,46% e a gasolina 13,92% e em Recife a taxa dos alimentos foi 1,51% e da gasolina, 11,77%.
O item energia elétrica, com alta de 6,77% em Recife e 9,18% em Salvador, também influenciou o índice das regiões. O menor resultado foi o de Brasília (0,57%). A seguir, tabela com os resultados mensais por região pesquisada.
O IPCA é calculado pelo IBGE desde 1980, se refere às famílias com rendimento monetário de 1 a 40 salários mínimos, qualquer que seja a fonte, e abrange dez regiões metropolitanas do País, além dos municípios de Goiânia, Campo Grande e de Brasília.
Para cálculo do índice do mês, foram comparados os preços coletados no período de 29 de janeiro a 27 de fevereiro de 2015 (referência) com os preços vigentes no período de 30 de dezembro de 2014 a 28 de janeiro de 2015 (base).
Do R7
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