DivulgaçãoExpectativa de consumidor e empresário melhora e sinaliza saída do “fundo do poço” Todo SegundoPor Alexandre Garcia / R7
A economia brasileira, que atingiu seu pior momento em décadas após consecutivos períodos de recessão, dá seus primeiros sinais de recuperação. A constatação é possível graças aos indicadores que medem a expectativa de diversos setores de atividade econômica.
De acordo com o economista do Cofecon (Conselho Federal de Economia) José Luiz Pagnussat, a elevação das esperanças de empresários e consumidores apontam que a melhora do ambiente econômico do Brasil já é uma realidade.
— Existe uma retomada da economia, mas estamos no fundo do poço, começando a galgar os primeiros passos de subida desse buraco que foi fundo.
Apesar de retomada da confiança, todos os ramos de atividade ainda estão distantes de alcançar novamente o patamar de 100 pontos dos indicadores da FGV (Fundação Getulio Vargas), que representam uma estabilidade do setor.
O professor do Ibmec (Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais) Paulo Pacheco avalia que a situação econômica do País está melhor do que há dois meses. Ele, no entanto, afirma que a movimentação ainda está distante de apontar para uma saída da crise.
— Os dados mostram que tocamos o fundo do poço e existe uma tendência de parar de piorar, não que estamos melhorando.
Pagnussat também diz não acreditar em uma retomada momentânea da crise. Segundo o professor, o País ainda vai levar algum tempo para escalar o “buraco” no qual está afundado.
— Para recuperar a economia de 12 meses atrás, temos que caminhar ainda um bocado. Na queda total desses dois últimos anos, ainda estamos longe de sair desse buraco que foi cavado.
ConsumidoresA ligeira melhora na situação econômica do País, ainda que seja efetiva, já é também verificada nas expectativas dos consumidores. De acordo com levantamento realizado pela Acrefi (Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento), a fatia dos brasileiros que acreditam que econômica nacional está na direção correta subiu de 22% para 25% na passagem do primeiro para o segundo trimestre deste ano.
O levantamento sinaliza para uma melhora mais significativa a partir do primeiro semestre de 2017. Para o consultor econômico da Acrefi, Nicola Tingas, os números são importantes para se ter uma esperança de futuro.
— A melhora das expectativas é um primeiro passo em função de uma realidade presumida de política econômica e é também uma parte de aviso porque foi muito duro até aqui, mas a população está começando a sair do cheque especial, negociando as dívidas e mais próximos de ajustar o orçamento.
As expectativas melhores para o futuro também foram verificadas no Índice de Confiança do Consumidor, da FGV, que avançou aos 79,3 pontos no mês de agosto e atingiu o maior nível desde janeiro de 2015. A fundação atribui o resultado à melhora "tanto em relação ao mercado de trabalho quanto à situação financeira das famílias".